Na atualidade Professor Historiador se depara com duas situações no mercado de trabalho. Ou, sua carga de experiência garante sua permanência nas instituições de ensino públicas ou privadas, ou, se vê no abismo da insuficiência profissional, preso na ansiedade dos escassos processos seletivos e chamadas públicas. Na universidade apreendemos, que precisamos dar aula, que precisamos pesquisar, que nosso futuro é um compromisso com a sociedade. É uma grande responsabilidade, não é? Muitas vezes, podendo se tornar um fator de ansiedade e insegurança.
No entanto, para aqueles que a inseguraça aponta para o abondono da profissão, busco aqui apresentar saídas, escapes, degraus para sair do abismo. Não é um texto "coaching", mas, um relato de minha experiência. Hoje em dia, aprendi que minha profissão de Professor Historiador vai além da sala de aula, encontrei maneiras de manter a chama do historiador acesa. Mas, para isso precisei romper com vários paradigmas que me seguravam no lugar.
Muitos falam que o conhecimento não tem preço, não concordo com essa afirmação. Creio que tudo que nos capacitamos, que nos dedicamos atribui valor ao nosso trabalho, independente do que seja. Eu acreditava antes, que trabalhar como historiador para empresas seria usar de forma anti-ética o conhecimento, que precisária mentir em meus escritos para criar narrativas contrárias as reais intensões do contratante.
Superar isto me levou a aprimorar um método, precisava me manter ético e trabalhar. Então apreendi que podia escrever historiografia aliada a publicidade das empresas, sem que eu viola-se meus valores. Meu método consistiu em 3 processos, simples e pontuais.
-Entender o objetivo do contratante: o que ele quer com a pesquisa histórica de sua empresa; como e por onde começar a pesquisar as fontes que o conectam sua história; neste ponto ja consegue projetar um prazo de entrega do projeto, discriminando objetivos, meios e valores e redigir contrato.
-Apresentar a pesquisa bruta: é de extrema importância que você redija contrato autenticado, pois ele será sua segurança em caso de desistência ou desagrado com o oferecido aqui. É comum neste ponto existir incomodo do contratante, pois você enquanto profissional levantará informações boas, ruins, a fama e a infâmia da empresa. Mas deve lembra-lo sempre quem contrato tudo é sigiloso, e que não é o produto final.
-Apresentando a narrativa: Neste ponto sua escrita vai convencer seu cliente, demonstrando o seu lugar na história e como isso pode aumentar a visibilidade da empresa, com o que chamo de investimento social. Uma empresa que entende sua história, o seu trabalho tende a agregar bons investimentos externos. Assim nesta narrativa, voce oferece uma parcela seu trabalho como historiador.
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Deve estar pensando, onde está o senso crítico neste trabalho? Realmente, não se compara as possibilidades que o ensino e a academia oferecem em termos de pesquisa e ciência. Considero este tipo de trabalho como paralelo. Não precisa "se vender" para poder executa-lo, mas, precisa superar a ideia que o conhecimento histórico precisa residir nas instituições de ensino. Consultoria histórica é algo que já existe no mercado de trabalho, ampliar as oportunidades dentro da profissão é escolha de cada um de nós.