Modelo teórico de Bruno Latour em Cogitamus

Modelos teóricos são sistemas descritivos capazes de explicar teorias fenomenológicas através do empirismo. Como todo modelo, Cogitamus, apresenta suas definições, conjecturas, hipóteses e teses, porém de modo um tanto subjetivo, dado à estrutura de carta adotada pelo autor. Suas definições se baseiam em semânticas etimológicas das palavras que sistematizam o modelo e junto de suas hipóteses advindas de teorias sociais e científicas, o autor já é capaz de conjectura ideias à altura de seus objetivos. Tais conjecturas são feitas através de questionamentos destinados à sua interlocutora, como: “As ciências e as técnicas sempre compuseram a ação ou estamos diante de um fenômeno sem precedentes?” e o faz de maneira didática, como o questionamento imediatamente seguinte: “Como é possível que um fenômeno de semelhante amplidão não possa ser registrado recorrendo às nossas maneiras habituais de pensar?” Em uma função histórica, o autor conjectura a impossibilidade da consciente construção da história da ciência. A prova, por ser sobre a tese do autor, se desenrola livro a frente.

Fatidicamente, Latour afirma que a história da área de exatas do conhecimento é disjunta da história da área de humanidades, mas isso não significa que ambos não devam/possam ter relação. Pelo contrário, tal relação é objetivo do autor. Aplicada à sociedade, as tecnologias são derivadas da ciência, embora não sejam totalmente dependentes dela. Isso foi provado, no livro, através de um sistema analítico dentro de seu modelo. Outras provas ao longo do livro transformam conjecturas em teses e sugerem corolários a serem inferidos pelo autor.

O modelo teórico definido por Bruno Latour mostra-se consistente com seu principal objetivo, bem como com os secundários. Apesar de não ser diretamente evidente, novamente dado ao fato da forma carta, sua eficiência comunicativa garante a formalização de um sistema teórico.

Referências:

• Latour, Bruno. (2011) Cogitamus: six lettres sur les humanités scientifiques. Paris : La découverte.