Metanoia do eu docente
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Por: Rodrigo Á.
25 de Junho de 2022

Metanoia do eu docente

Português Pedagogia Didática ensino fundamental e ensino médio

Metanoia do eu docente : questão de sobrevivência

Rodrigo Álvaro de Andrade

 

RESUMO

Este artigo acadêmico se propõe a sugerir possibilidades de enfrentamento e superação pelos professores que atuam na Educação Básica ao se depararem com realidades que se contrapõem fortemente à harmonia do exercício da profissão. Não se encerrando nos desafios mas a partir deles revelando possibilidades que os encorajem a perseverarem na meta idealizada porém com estratégias realmente eficazes. A sociedade dos tempos modernos não se encaixa mais a rótulos de décadas anteriores. Quais são as classes, os credos, os grupos, os nichos, as tribos, quem é culto, quem sabe, qual o pensamento, qual o direcionamento a adotar ? A instrução está acessível a poucos dígitos. O aluno de hoje não admite a passividade até porque a própria sociedade da informação, de alta tecnologia nos deixa atores, partícipes das decisões. O docente precisa por questão de sobrevivência perceber que é através dele que o bem estar de ensinar virá. Talvez a luz no fim do túnel seja realmente o autoconhecimento. Eis o que este estudo visa, a fomentar autorreformulação constante do ser professor e destarte andar de mãos dadas com a sociedade mutante.  

 

Palavras-chave: autoconhecimento, desafios, mudanças, professores, sociedade

 

 

1 INTRODUÇÃO

Este estudo trata de oportunizar aos professores que atua na Educação Básica refletirem sobre estratégias eficazes de harmonizar o exercício profissional com os desafios práticos da docência, a contar dos primeiros anos de professorado. A investigação perpassa por consultas a artigos de pesquisadores e matéria postada na internet que embasa as proposições ao texto. O alcance do artigo acadêmico é dialético uma vez que ao retratar os desafios da realidade do ensino e suas interações interpessoais, propõe novos olhares para a superação dos obstáculos.

 

2 OS DESAFIOS DA DOCÊNCIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Exercer a profissão é sempre desafiador porém não limitador pelo qual será tratado posteriormente. Há esperanças sólidas de mudança de quadro. Relatos atestam que ocorre em alguns lares a desestruturação do ambiente familiar, destarte os laços afetivos são prejudicados bem como valores morais, senso de justiça, amizade, a compreensão do amor mútuo, as primeiras práticas de relações fraternas. Assim entende Castro (2012, p.11) “Consideram como principais desafios para a docência a ausência da família nos assuntos educacionais”. Os anos iniciais da prática profissional são decisivos para a continuidade na carreira, fase em não há consolidação da experiência para lidar com a constante mutação da cultura gerida na relação espaço-tempo.

Explica Romanowski; Martins (2013, p.2)

“...pois é nesta fase que ocorre uma intensificação do aprendizado profissional e pessoal, a transição do estudante para professor, a condição de trabalho leigo para profissional, de inexperiente para experiente, de identificação, socialização e aculturação profissional.”

 

Ao professor que não faz parte do quadro, não lhe é possibilitado as mesas oportunidades. Há críticas de não receberem suporte pelos gestores, comumente  não lhe é ofertado direito à qualificação.  Os alunos não respeitam a gente, nos tratam como qualquer coisa, os professores, que deviam nos apoiar, são os primeiros que desconsideram o trabalho que a gente faz, nem olham, nem corrigem, não valorizam.” (Professora lincenciada em letras, em NOVAES,257)

Ao aluno adolescente, lhe é difícil falar de investimento a longo prazo, pois o imediatismo parece assemelhar-se à sociedade pós-crise de 1929, o pessimismo do amanhã. Retratando este cenário, Castro (2012, p. 76)

“[...] O adolescente tá sendo criado num mundo de prazer. É só prazer. Então, tudo tem que dá prazer...Em casa ele não tem a palavra “não”. Ele vem pra escola e quando você fala “não”, ele se rebela! Ninguém falou “não” pra ele. Você não pode fazer isso, não pode ficar andando pela...fica sentado. Então, o professor é o chato!”

O cume deste processo de desgaste contínuo é o adoecimento e evasão posterior. Cerca de 33% dos educadores estão em estado de sofrimento psicológico. Dado que mostra que a inadaptabilidade é o ponto central.

                        Segundo o religioso Leonardo Boff todo ponto de vista é a vista de um ponto. Como foi descrito o ponto central é o trauma, o conflito não vencido. Outro desafio é planejar a superação. Depoimentos de diversos professores abrem outros prismas. Novas formas de perceber a realidade pela mudança do pensar. Há esperança. O diálogo interdisciplinar com as Ciências Administrativas convida a pensar em estratégias. Não se pode parar no problema. Parafraseando Drummond, (J. ) disse“[...] tinha uma pedra no meio do caminho, então tira a pedra e passa !”. Indagações são importantes tais como o que o aluno pensa sobre tal assunto, quais são seus interesses, hobbies, sua estrutura familiar, amigos, prefere texto ou multimídia, quais suas perspectivas para o futuro ou seja entrar no universo discente e a partir do seu contexto socioeconômico, sócio-histórico, sociocultural, religioso, valores morais, estabelecer proposições para despertar o interesse, a curiosidade e destarte atingir o fim último, a aprendizagem. É a revolução interior. Mudar a forma de enxergar os acontecimentos. Metanoia, origem etimológica de um verbo grego que contextualizando significa mudar a forma de pensar. Eis relatos de docentes que confirmam esta teoria atestado por Castro (2012),“ [...] Encantar, ter significado, fazer ter sentido (para os alunos)” (J. ); “ [...] Conseguir a atenção dos seus alunos, de conseguir interagir, de trazer (o conteúdo) de uma forma que os alunos tenham interesse”. (R. ); “[...] Deveria ter feito de uma forma diferente. Até que ponto eu errei ? Ou foi só erro dele ?[...]”. (C. );  “[...] Então, eu tento conquista-los para mim (sic) conseguir dar a matéria”. (L. )

Miguel Thompson é diretor do Instituto Singularidades e afirma a transição de prismas que o docente moderno deve trilhar para atingir seu objetivo docente É preciso deixar claro que ele deixou de ser um expositor. Diante desse manancial de informações que temos à disposição, o educador agora é quem organiza as trilhas para a aprendizagem [...](NOVA ESCOLA, 2009)

A opinião do docente (M. ) nos é apresentada por Castro ( 2012), “[...] cada geração, está mudando. Então você vai ter que estar acompanhando, porque o ritmo você tem que dançar de acordo com a música.”

 

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As situações expostas neste trabalho nos revelam o quão sofrido está o corpo docente na Educação Básica, desde os primeiros anos do exercício profissional, etapa que é decisiva para a decisão de seguir carreira. Conflitos psicológicos, relacionamentos desarmônicos entre os membros da mesma classe, alunos e professores em desacordos, embate de valores, estrutura institucional se deteriorando a passos largos e um clima de desânimo invadindo as perspectivas dos docentes e os deixando sem forças para continuar a caminhada.

            Também como parte integrante dos desafios diários, a realidade de professores felizes e que conseguiram encontrar oportunidades em meio ao caos para superar os conflitos. Profissionais que compreenderam que era necessário mudar as propostas pedagógicas, relacionar de forma mais próxima e amistosa com os alunos conhecendo suas realidades.

            Os relatos de experiências bem-sucedidas, estratégias que obtiveram êxito, e demais exemplos e histórias nos dá uma esperança renovada. A frase célebre do pensador e filósofo Friedrich Nietzche abrilhanta o objeto deste estudo, “É preciso ter o caos dentro de si para gerar uma estrela dançante”

 

4 REFERÊNCIAS

CASTRO, Maria Luiza Garitano. O Bom Professor de Ensino Médio e dos Desafios da Docência  no início do sex. XXI. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Educação: Psicologia da Educação da Pontifícia Universidade Católica, São Paulo, 2012.

 

Romanowski, Joana Paulin,  Pura Lucia Oliver Martins. Desafios da formação de professores iniciantes Challenges for teachers beginners. 2013.

 

SCARPA, Regina. O grande desafio de quem ensina. Nova Escola. 2009. Disponível em : https://novaescola.org.br/conteudo/1771/o-grande-desafio-de-quem-ensina. Acesso em : 07 de Set.

 de 2020.

 

 

 

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