Currículo de Leitura

Uma introdução ao tema Currículo de Leitura nas Unidades Escolares

Pedagogia

Ensino Fundamental

Leitura

Geral

literatura

graduação

O que é um Currículo de Leitura?

É um documento que define quais as aprendizagens essenciais, em leitura literária, que todos os estudantes do âmbito* que será constituído. Por exemplo, pode-se produzir um Currículo de Leitura para uma determina Unidade Escolar, considerando de onde os estudantes iniciarão (exemplo: na educação, com "X" objetivos) e como se deseja que estejam ao final do Ensino fundamental ou Médio (quais objetivos os estudantes alcançarão ao longo do tempo).

*Pode ser o currículo de um ano/série (1° ano do ensino fundamental), de um ciclo (ciclo de alfabetização), de uma Unidade (a escola inteira), de um município (o mesmo Currículo para toda uma Cidade) e assim por diante.

Para que serve um Currículo de Leitura?

Já sabemos sobre a importância da leitura deleite e, segundo Rosa (2017), “a obra literária não tem a tarefa de informar, embora possa fazer isso, não tem a tarefa de educar, apesar de poder. Tem compromisso com a emoção, a imaginação e a estética”. Esse compromisso confere à literatura seu caráter libertário e torna Isso vai além das questões de ensino e pedagógicas em prol da construção de Conhecimento e experiência não são apenas conscientes, mas também Inconsciente, porque atua no subconsciente do leitor, dando-lhe poder Semelhante a casa ou escola. Assim, a literatura transmite uma Indiretamente transformado em conhecimento aprendido e O inconsciente satisfaz a complexidade e a sociedade em que você vive.

O objetivo primordial que a Escola tenha um Currículo Literário ou Currículo de leitura é ter controle e nitidez sobre o que se quer que estudante saiba ao final de sua trajetória na Unidade Escolar. Então, se o estudante ingressa na Unidade na educação Infantil e concluirá no Ensino Médio, o que eu quero que esse indivíduo se aproprie? Quero que a/o/x estudante tenha compartimentos leitores? Almejo que conheça os escritores clássicos? Que reconheça autores pelas características de suas obras?

É necessário ter um documento que retrate as concepções de leitura que a Escola adota, que embase as escolas de livros que os estudantes terão contato e que mostre quais os saberes essenciais que todos os estudantes terão direito e acesso.

O que devemos considerar ao planejar um Currículo de Leitura?

Saber qual a concepção de leitura que a Escola possui;
Quais o percurso de leitura (que podemos ofertar) ao longo dos anos;
O que queremos proporcionar aos estudantes ao longo do período que permanecem na escola;

Para a elaboração de um Currículo de leitura devemos considerar 3 eixos:

DIVERSIDADE

CONTINUIDADE

PROGRESSÃO

A diversidade na escolha das obras, bem como a diversidade nas linguagens, gêneros, etc. é essencial para que os estudantes tenham acesso às diferenças e diferentes visões.
Considerar que devemos elaborar percursos literários (Sequências de leitura) e não leituras independentes, pois a continuidade é importante para destacar a intenção. Por exemplo, montar um percurso onde leremos 4 livros com mulheres protagonistas e, no diálogo sobre o que foi lido, podemos fazer comparações entre tema / autor / ilustração / época / entre outros.
A progressão é essencial para não lermos um livro que é destinado à educação infantil para o 5° ano, por exemplo. Quando não temos um Currículo literário vemos isso acontecer com frequência. Para trazer fluidez à progressão nas escolhas dos livros, podemos ter que um dos objetivos do Currículo que está sendo escrito

BÔNUS

Quais comportamentos leitores quero que meus estudantes desenvolvam?

Estabelecer critérios para escolher um livro: tal autor / tal gênero / gosta de livro ilustrado. Que o estudante tenha clareza e consiga definir quais os critérios que o faz escolher / gostar de um livro;
Socializar: que os estudantes consigam compartilhar um trecho ou uma recomendação com outra pessoal (seguro do que está fazendo/falando);
Consiga procurar / ir em busca de materiais de leitura livremente (sem o professor mandar);
Se desafiar a novas leituras (que julgam difíceis);
Queremos que o estudante consiga comentar sobre o que leu;
Que, individualmente, o estudante tenha preferências leitoras (o que mais gosta de ler);

Sarah Naranjo

Referências Bibliográficas

CANDIDO, Antonio. A literatura e a formação do homem. São Paulo, Humanitas, 1972.

______. Textos de intervenção. São Paulo: Duas cidades, 2002.

Lerner, Delia. Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário. Artmed Editora, 2018.

ROSA, Cristina M. Alfabetização Literária: bebês, leitores e livros fascinantes. In: ALBUQUERQUE, Simone; FELIPE, Jane; CORSO, Luciana. Para pensar a formação docente na educação infantil. (Aprovado e aguarda publicação)