Prezada Doroteia
É muito difícil dizer alguma coisa com tão poucas informações, portanto vou lhe dar algumas sugestões para que você ajude o seu filho, observe a sua atitude diante das situações que vou propor e levante algumas hipóteses sobre como ajudálo:
Você lê histórias para o seu filho?
Faça isso com a maior frequência possível. Pegue livros na biblioteca da escola, na biblioteca do bairro, e até na internet. Os bons e velhos contos de fadas continuam atraindo as crianças e podem ser um bom começo, você verá. Falo dos contos de fadas originais, não estas versões psicologicamente corretas que excluem os personagens maus, ou os deixam “bonzinhos” para não assustar as crianças. Não tenha medo do tamanho das histórias nem do vocabulário. Não simplifique nada. Leia a história tal como ela está escrita. Explique o que você julgar necessário, ou espere que ele pergunte o que não entender. Chapeuzinho Vermelho, João e Maria, Pedro e o Lobo, A Bela Adormecida, Cachinhos de Ouro, Rapunzel, são alguns exemplos.
Mostre o título da história e peça-lhe que aponte cada uma das palavras que o compõem: “Onde está escrito bela?”, “Onde está escrito adormecida?”, “O nome da história é A Bela Adormecida. Onde está escrito “A”? Tem uma palavra que começa com “A”. Que palavra é essa: bela ou adormecida?”.
Faça a mesma coisa com outras palavras no meio da história, mas nunca interrompa a leitura para fazer isso. Faça depois que terminar o trecho que você se propôs a ler naquele momento. Procure palavras que comecem com as mesmas sílabas ou letras de palavras que ele conheça. Por exemplo, o nome dele, dos familiares e amigos.
Leia com ele nos rótulos dos produtos que ele conhece, a marca do produto. “Onde você acha que está escrito Danone nesta embalagem?”. “Danone começa com DA. Onde está escrito o DA? E o NO? E o Ne?”.
Procure fazer dessas situações, uma brincadeira, uma situação divertida e prazerosa. Não espere que ele responda o que não sabe. Lembre-se de que você está ensinando e não avaliando. Não transforme essas situações em atividades didáticas. Você é a mãe e não a professora, portanto brinque; não dê aula.
Nestas situações você poderá observar se ele tem de fato dificuldade para prestar atenção. A atenção depende de muitos fatores. Ele certamente deve ter atenção para muitas coisas. É preciso entender por que na escola ele não consegue ficar atento ao que a professora diz. Cuide para não rotular o seu filho e para que não o rotulem.
Espero que estas dicas a ajudem. Podemos conversar um pouco mais sobre isso se você quiser. Escreva para mim.
Um abraço,
Elisa