Vamos analisar cada uma das afirmações sobre as extremidades formadas após a digestão do DNA por enzimas de restrição:
Correta. Esta afirmação é verdadeira. A clivagem de DNA por enzimas de restrição pode levar à formação de dois tipos de extremidades: as extremidades coesivas (também chamadas de "sticky ends") ou as extremidades cegas (ou "blunt ends"). As extremidades geradas dependem da sequência específica onde a enzima de restrição atua.
A clivagem de uma molécula de DNA pode dar origem a um fragmento com extremidade cega e outro fragmento com extremidade coesiva.
Falsa. Quando uma enzima de restrição corta o DNA, ambos os fragmentos resultantes terão o mesmo tipo de extremidade (todas coesivas ou todas cegas); uma única enzima de restrição não produz um fragmento de cada tipo a partir de uma única clivagem.
Extremidades cegas são originadas de clivagem em posições alternadas na dupla hélice, enquanto extremidades coesivas são originadas de clivagens em posições idênticas nas fitas.
Falsa. As extremidades cegas (blunt ends) são criadas quando a enzima corta ambas as fitas do DNA em posições realmente opostas, aliás, não há "posições alternadas" e "idênticas" nesse contexto; este termo não é apropriado.
Fragmentos com extremidades coesivas podem anelar por pareamento de bases, sempre com extremidades clivadas pelas mesmas enzimas.
Correta. Esta afirmação é verdadeira. Fragmentos com extremidades coesivas apresentam sequências de bases que podem se emparelhar devido à complementaridade, e normalmente, para uma ligação eficaz, eles devem ter sido cortados pela mesma enzima de restrição que gerou as extremidades coesivas.
Fragmentos com extremidades cegas não podem ter suas ligações fosfodiéster reestabelecidas pela DNA liga.
Portanto, as afirmações corretas sobre as extremidades formadas após a digestão do DNA são:
A clivagem de uma molécula de DNA pode dar origem ou a dois fragmentos com extremidades cegas, ou a dois fragmentos com extremidades coesivas.
Fragmentos com extremidades coesivas podem anelar por pareamento de bases, sempre com extremidades clivadas pelas mesmas enzimas.