Olá, Priscila. Bom dia.
MIC e disco-difusão são métodos diferentes!!!
É preciso entender que para determinar o MIC de um composto, você precisa de mais de uma concentração dele. Afinal, como saber se uma única concentração é de fato a mínima, se você não sabe o efeito de uma concentração menor? O método recomendado para identificar o MIC não é pelo método de disco-difusão na qual você vai quantificar o efeito do antibiótico pelo halo de inibição formado ao redor do disco.
O MIC é determinado pela técnica de microdiluição (tanto em caldo quanto em ágar), onde será realizado uma diluição seriada de ½ de valores acima e abaixo de 1mg/L, por exemplo.
Exemplo de concentração abaixo: 0.002, 0.004, 0.008, 0.016, 0.03, 0.06, 0.125, 0.25, 0.5 e finalmente 1 mg/L.
Exemplo de concentrações acima: 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128 mg/L.
A quantidade de concentrações vai depender do material que está sendo utilizado (uma placa de 96 poços ou em uma placa de cultura bacteriológica em ágar).
Se você tem apenas um disco de um determinado antibiótico, provavelmente já está em uma concentração fixa, por exemplo, 50ug), e desta forma não tem como fazer um MIC.
Agora, pelo método de disco-difusão, você pode identificar se a bactéria é sensível, intermediária ou resistente com base no halo de inibição formado pela aplicação de um disco contendo uma determinada concentração do antibiótico. Ao quantificar esse halo formado, você irá consultar a tabela do BrCAST e identificar se essa cepa de bactéria obtida de um paciente é sensível, intermediária ou resistente ao antibiótico em questão.
Para identificar a sensibilidade da bactéria em questão, tanto pelo método MIC quanto por halo de difusão, basta entrar na tabela do BrCAST (SEMPRE A MAIS RECENTE!!!), procurar a espécie e a bactéria em questão e o antibiótico utilizado. Confirme se o método foi feito conforme a recomendação da própria tabela (principalmente a concentração no disco) e confirme se a cepa da bactéria que você obteve do seu paciente é sensível ou não ao antibiótico.
Segue algumas referências e a tabela BrCAST, em português mesmo, para você montar seu protocolo:
Luiz Antônio Ximenes. AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DOS DISCOS DE ANTIMICROBIANOS PARA TESTE DE DISCO-DIFUSÃO PRODUZIDOS NO BRASIL
https://www.ufrgs.br/aulaspraticasdemip/?page_id=82
https://brcast.org.br/tabela-pontos-de-corte-brcast-15-03-2023/
Sugiro Olhar Em Artigos Científicos a depender de sua disponibilidade de infraestrutura.
Bases de dados para se pesquisar: Scielo, Web of Science e Pubmed.
Boa noite! Claro, posso te explicar como realizar um teste de microdiluição (MIC) utilizando um disco de benzilpenicilina para testar a sensibilidade do Corynebacterium diphtheriae, de acordo com o método BR CAST. Vamos dividir isso em etapas compreensíveis:
1. Preparação das Bactérias: Primeiro, você precisará de uma cultura pura de Corynebacterium diphtheriae. Isso significa que você precisa de uma amostra contendo apenas essa bactéria, sem contaminações. As bactérias são cultivadas em um meio de cultura apropriado até atingirem uma densidade adequada.
2. Preparação dos Meios de Cultura: Prepare os meios de cultura que permitirão o crescimento das bactérias. Para testes de sensibilidade à antibióticos, o meio de Mueller-Hinton é frequentemente utilizado. Ele fornece as condições ideais para o crescimento bacteriano e para observar os efeitos dos antibióticos.
3. Diluição da Benzilpenicilina: A benzilpenicilina é um antibiótico, e você precisa criar diferentes concentrações do mesmo para determinar qual é a menor concentração que inibe o crescimento das bactérias. Isso é o MIC. Prepare uma série de diluições da benzilpenicilina em tubos ou placas de microtitulação, cada um com uma concentração menor.
4. Inoculação das Bactérias: Inocule as bactérias testadas em cada um dos tubos ou poços de microtitulação contendo as diferentes concentrações de benzilpenicilina. Certifique-se de que cada poço contenha a mesma quantidade de bactérias para resultados precisos.
5. Incubação: Coloque as placas ou tubos em uma incubadora, onde as bactérias crescerão durante um período de tempo específico, geralmente durante a noite. A incubação permite que as bactérias cresçam e sejam expostas à benzilpenicilina.
6. Leitura do MIC: Após a incubação, observe cada poço ou tubo. O MIC é a menor concentração de benzilpenicilina em que não há crescimento bacteriano visível. Ou seja, é a concentração na qual as bactérias foram inibidas de se multiplicar. Isso é geralmente indicado pela falta de turvação no meio de cultura.
Lembrando que o método BR CAST pode ter procedimentos específicos ou requisitos diferentes, portanto, é sempre importante seguir o protocolo exato recomendado por essa metodologia. Certifique-se de trabalhar em condições assépticas e utilizar o equipamento apropriado para garantir resultados confiáveis.