Segundo a fenomenologia de Edmund Husserl, toda consciência é sempre "consciência de algo". Isso quer dizer que toda consciência aparece como sendo, antes de mais nada, uma relação entre dois termos: a própria consciência, por um lado; e, por outro lado, aquilo que se apresenta como objeto da consciência, aquilo que a consciência visa. Porém, se toda consciência pode ser considerada uma relação entre dois termos, essa relação possui seu fundamento em apenas um deles: no ato ou na atividade através da qual um objeto, um fato ou uma ideia são visados pela consciência. Assim, é através da atividade de visar realizada pela consciência que a relação com seu objeto se torna possível. A consciência apresenta-se então como o pólo ativo da relação estabelecida com seu objeto.
Quanto à representação dos objetos realizada pela consciência, essa representação pode ser, basicamente, de dois tipos: a representação psicológica (empírica, e portanto variada; aqui, por conta da variação decorrente da referência ao espaço e ao tempo, a essência do objeto não é captada). E a representação intelectual (realizada através do pensamento puro, portanto sem apresentar variações relacionadas às condições empíricas --- espaço e tempo). Nesse caso, a consciência capta a essência necessária do objeto, já que as variações empíricas não estão presentes na representação.