De que forma podemos comparar os pensamentos de Platão e Descartes? Argumente sua resposta e apresente exemplos de modos como pensamentos podem ser reconhecidos no dia-a-dia.
Descartes e Platão concordam sobre a necessidade de um método adequado para orientar o direito à verdade, mas, como Descartes foi inspirado no modelo matemático, a dialética platônica é um processo gradual e crescente em que o pensamento discursivo não é apenas um passo intermediário entre a mente ea inteligência.
No mundo, o platonismo se expressa quase que com um ceticismo, a constante perguntação, porque isso, porque aquilo, já o cartesianismo se expressa mais como uma aceitação e preferência pela virtualidade das experiências.
Há um momento na dialética que Platão entende que era necessário superar o método socrático, pois Sócrates se concentrou em apontar as contadições das formas e dos costumes. Ele chegava a um ponto em que os discursos dos seus interlocutores chegava numa auto contradição. Mas Sócrates não se propôs colocar nada no lugar das ideias e dos costumes que ele afirmava serem contraditórios, ultrapassados e, portanto, inválidos. Para superar essa aporia Platão imaginou um mundo onde as formas seriam perfeitas, o mundo das ideias, e o nosso mundo onde essas formas estão distorcidas, o caminho, então, seria buscar o conhecimento das formas ideais. Aqui reside o mito da caverna, que você encontra na 'República'. Para alguns filósofos modernos toda a história da filosofia é ainda a continuação da filosofia platônica. Nietzsche ironizava o cristinismo, afirmando que esta religião não passava de platonismo para o povo. O filósofo britânico Whitehead afirmou certa vez que “A definição mais precisa da Filosofia Ocidental é a de que ela não passa de uma sucessão de notas de rodapé da obra de Platão.” Você está tentanto perceber a atualidade do pensamento de Platão, questione-se se ainda é válida a relação entre mundo das ideias ou formas perfeitas e mundo material, ou das formas imperfeitas? Faz sentido para o nosso mundo? Descartes, no entanto, nega a existência do mundo das ideias como uma realidade independente da mente: as idéias são apenas o conteúdo do pensamento. Os dois têm em comum o primado da razão, os sentidos não podem fornecer o conhecimento verdadeiro, seus dados não são cautelosos.