assunto:felicidad
Leia, com atenção, o fragmento abaixo.
Os fins são vários e nós escolhemos alguns dentre eles [...] segue-se que nem todos os fins são absolutos; mas o sumo bem é claramente algo de absoluto. Portanto, só existe um fim absoluto [...]. A felicidade é algo absoluto e autossuficiente, sendo também a finalidade da ação.
(ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Livro I)
Considerando o texto, é possível inferir que a felicidade:
I é um bem desejável em si mesmo e nunca no interesse de outra coisa.
II é um bem permanente subordinado à vivência dos prazeres físicos.
III é um bem abstrato que não encontra correspondência nas vivências humanas.
Está CORRETO o que se afirma em:
II, somente.
I e II.
III, somente.
II e III.
1,somente.
A frase "I" está correta.
Aristóteles revela que a felicidade é independente, para os efeitos que cumpre, de outras coisas (concretas e abstratas). Como são prejudiciais, tanto o excesso quanto a ausência de uma sensação (imaginemos o prazer sensorial) não podem ser ligadas absolutamente ao resultado - ser feliz - porquanto a própria felicidade dependerá de fatores como virtude e amizade.
Finalmente, A felicidade não é um estado temporário, ou seja, algo que pode ser ganhado ou perdido em algumas horas. Felicidade significa um fim, que engloba a totalidade da vida de uma pessoa. Segundo Aristóteles, a virtude moral não pode ser obtida de forma abstrata.
Apenas o enunciado I está correto. No livro I da Ética, Aristóteles deixa claro que o sumo bem humano (a felicidade ou eudaimonia) não pode ser subordinada a nenhum outro fim. Do contrário, o sumo bem não seria o fim da vida humana mas sempre estaria subordinado a alguma outra coisa e assim caíriamos numa regressão ao infinito. É fundamental que o sumo bem ou a felicidade seja o real fim da vida humana.
Ao compararmos a vida dedicada aos prazeres físicos ou a honra, constamos que elas são buscadas não em si mesma mas com o interesse em alcançar alguma outra coisa. Uma vida dedicada ao prazer ou a honra não é autosuficiente e, por isso, não pode ser um fim em si mesmo. Somente a felicidade poder ser um fim em si.
Além disso, Aristóteles é categórico com sua crítica ao sumo bem platônico. Afinal, não estamos buscando um bem abstrato, supra-humano ou fora da vida humana, mas um bem real concreto, relativo a nós humanos. Todos esses argumentos são desenvolvidos ao longo do livro I da Ética.