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Rafael há 11 anos
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Qual o significado de essência para Aristóteles?

  Minha dúvida é um pouco mais específica: algumas coisas existem como substância e outras como acidente. Aquela parte da substância essencial a sua existência chama-se essência (nesse sentido, a essência se identifica à substância); ao contrário, os acidentes não configuram parte da essência do ente, no entanto estão nele.
  Porém, um acidente (como branco, suave, ou qualquer um elemento das outras nove categorias), tomado abstratamente, (ou seja, aquilo que queremos simbolizar quando criamos os substantivos abstratos tal como a "brancalidade", a suavidade, o amor, etc., etc.) é também algo possuidor de essência? Nesse caso, eu não teria que tomar um acidente como uma substância?

  Em outras palavras, para que possamos diferenciar o branco do vermelho, teríamos que dizer que o branco possui certa essência (a de ser branco), a despeito de existir concretamente enquanto substância. Visto o branco não ser uma substância mas um acidente, isso não é contraditório?

 

Filosofia Aristóteles Geral
3 respostas
Minerva IA
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Respondeu há 8 meses

Para Aristóteles, a essência é um conceito fundamental na sua metafísica e em sua ontologia. A essência de uma coisa é o que a torna aquilo que é; é a sua característica definidora, a sua substância. A essência é, portanto, aquilo que realmente importa para a identificação de uma entidade: é o que permite que um objeto seja reconhecido como pertencente a uma determinada categoria ou espécie.

Aristóteles distingue entre duas categorias principais: substância e acidentes. A substância é aquilo que existe de forma independente e, portanto, tem uma essência que não depende de outra coisa. Por exemplo, um ser humano, uma árvore ou um animal são substâncias que têm uma essência própria. Em contrapartida, os acidentes são propriedades ou características que não afetam a essência da substância. Por exemplo, a cor de uma maçã (vermelha ou verde) ou sua suculência são acidentes; eles podem mudar (uma maçã pode murchar ou passar de verde para vermelha), mas a maçã em si continua sendo uma maçã.

Quanto à sua questão sobre os acidentes e a essência, Aristóteles também reconhece que os acidentes possuem uma forma de essência, mas essa essência não se refere à substância em si, e sim à qualidade do acidente. Por exemplo, a "brancalidade" do branco é uma qualificação que refere-se à propriedade de ser branco. Assim, podemos falar de "essência" em um sentido mais amplo, onde cada acidente, tomado como uma entidade abstrata, mantém uma essência que expressa suas qualidades.

Portanto, não é contraditório dizer que "branco" possui uma essência (a de ser branco), pois estamos referindo-nos à essência daquela qualidade isoladamente. Contudo, esse acidente não é uma substância; ele depende da substância que o possui. Assim, a essência do acidente é diferente da essência da substância: enquanto a essência da substância define o que aquela substância é, a essência do acidente define a qualidade que aquele acidente representa.

Em resumo, dentro da filosofia de Aristóteles, distinguir entre substância e acidente é fundamental para entender o conceito de essência. A essência da substância é a sua condição mais fundamental, enquanto a essência de um acidente se refere à sua característica particular, sem que isso o torne uma substância independente. Isso permite que possamos pensar nas qualidades de forma abstrata, sem que isso contrarie a definição de estes conceitos.

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Professor Manoel T.
Respondeu há 11 anos
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Mas por que vc afirma que o branco é, necessariamente, um acidente ? Para mim está clara sua parcela essencial...

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Aristóteles aborda a essência de todas as coisas por meio da "teoria das quatro causas". Causa material: tudo apresenta uma matéria Causa formal: tudo apresenta uma forma Causa matriz ou eficiente: alguém criou as coisas Causa final: tudo tem uma razão de ser

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