A frase "Inferno são os outros" é uma famosa citação do filósofo existencialista Jean-Paul Sartre. Ela aparece em sua peça teatral "Huis Clos" ou "Entre Quatro Paredes", em português.
Essa frase é uma reflexão profunda sobre a natureza das relações humanas e a maneira como os outros podem afetar nossa existência. Sartre argumenta que a presença e o julgamento dos outros podem ser fontes de angústia e opressão para o indivíduo.
Na peça "Huis Clos", os personagens estão presos em um ambiente fechado e são forçados a conviver uns com os outros. Eles são confrontados com a realidade de que suas ações e comportamentos são constantemente observados e julgados pelos outros. A frase "Inferno são os outros" expressa a ideia de que a presença dos outros pode ser uma fonte de tortura psicológica, já que somos constantemente confrontados com nossas próprias falhas e limitações através do olhar dos outros.
Essa frase também está relacionada à visão de Sartre sobre a liberdade e a responsabilidade individual. Ele argumentava que a existência humana é caracterizada pela liberdade de escolha, mas também pela responsabilidade pelas consequências dessas escolhas. Portanto, a presença dos outros pode ser vista como uma pressão constante para se ajustar às expectativas e normas sociais, o que pode levar à sensação de estar aprisionado ou em um "inferno".
É importante ter em mente aqui a relação entre eu e o outro, tema bastante vigente em vários debates filosóficos do século XX, a partir da ideia de "alteridade".
Sartre utiliza a expressão em uma peça de teatro escrita por ele, na qual um combatente é fuzilado por deserção. Contudo, após a sua morte, ao invés do inferno habitual como descrito com torturas, fogo, demônios, o soldado se depara então com um ambiente fechado, parecido com um salão ambientado por pessoas ricas, e afirma então que na verdade "o inferno são os outros".
Sartre traz uma quebra de ambiente onde o personagem se refere ao inferno do julgamento de outros da própria decisão do combatente que por ser desertor conviveria com essa fama, além da consideração de ser um covarde e afins. Portanto, esse era o verdadeiro inferno, a relação dos outros diante de si; o combatente morto nada pode fazer para mudar o julgamento dos outros e aqui está a relação mais próxima com o existencialismo de Sartre: a definição de si é dada na sua relação com o outro, independente do que se pensa sobre si.
Jean-Paul Sartre, é um filosofo existencialista. Mas o que ele quer dizer com tal frase? Para o pensador a nossa liberdade pode ser afetada pelos outros e muitas vezes nos vemos através do olhar de terceiros, então em um resumo breve ele destaca como a maldade das pessoas são jogadas em cima de nós mesmos e o quanto isso afeta o nosso discernimento sobre nossa própria imagem. " O inferno são os outros." Espero que tenha ficado claro.
Olá! "O inferno são os outros" é uma famosa frase do filósofo existencialista francês Jean-Paul Sartre. Essa expressão é encontrada na peça teatral "Entre Quatro Paredes" ("Huis Clos"), escrita por Sartre em 1944.
Na peça, três personagens se encontram em um ambiente após a morte, e eles descobrem que não há torturas físicas ou demônios, apenas os três juntos na sala, cada um sendo o inferno do outro. A frase é dita por um dos personagens para expressar a ideia de que as relações interpessoais, a dependência e a interferência dos outros em nossas vidas podem ser fontes significativas de sofrimento.
Sartre estava explorando a noção de que a existência humana é muitas vezes marcada por relações complexas e, por vezes, conflituosas com os outros. Ele argumentava que a presença constante e o olhar julgador dos outros podem ser opressivos, limitando a liberdade individual e gerando conflitos existenciais. Portanto, a expressão "O inferno são os outros" sugere que as relações sociais podem ser fontes de desconforto e angústia para o indivíduo, especialmente quando há conflitos ou falta de compreensão mútua.
A declaração de Sartre reflete a ideia de que as relações interpessoais podem ser fontes de desconforto, conflito e angústia para os indivíduos. Ele não estava sugerindo que outras pessoas são literalmente o inferno, mas sim que as dinâmicas sociais e as interações podem criar situações desafiadoras para a liberdade e autenticidade individuais.
No contexto da filosofia existencialista de Sartre, a liberdade individual é central, e as relações sociais podem ser percebidas como limitadoras ou conflitantes com essa liberdade. A frase destaca a responsabilidade que cada indivíduo tem na criação de sua própria existência e a tensão entre a liberdade individual e as demandas sociais.