Um motoqueiro circula HORIZONTALMENTE em um "globo da morte". Sabendo que a massa do conjunto - motoqueiro e moto - é M, o módulo da aceleração da gravidade seja g, o coeficiente de atrito cinético vale µc, o coeficiente de atrito estático vale µe e o globo seja uma casca esférica perfeita de raio R, quais devem ser as velocidades mínima e máxima para que o motoqueiro consiga fazer a trajetória?
A moto estará a ponto de cair quando estiver no ponto mais alto do globo. Sobre a moto atuam sempre duas forças a força normal (FN) que aponta para o centro do globo e a força peso (P) que aponta sempre para baixo. Quando a moto começa a se movimentar atua ainda a força centrípeta (FCP) que aponta para fora do globo.
O módulo da FCP é dado por:
FCP = m . acp.
Em que m é a massa do conjunto moto-piloto e acp é a aceleração centrípeta.
A acp é dada por:
acp = v²/R
Em que v é a velocidade da moto-piloto e R o raio da esfera.
O ponto crítico do globo é seu ponto máximo. Neste ponto a moto estará na iminência de cair quando FCP = FN + P. A velocidade mínima para passar neste ponto é quando a moto começa a perder contato com o globo, ou seja, FN tende a zero. Assim:
FCP = FN + P
P = m.g
FCP = m . vmin²/R
FN = 0
temos então
m.vmin²/R = m.g
vmin² = g.R
vmin = sqrt(g.R)
O ponto crítico está localizado no topo do globo, ou seja, no ponto mais alto da trajetória. Nessa posição, analisando as forças verticais, observamos que a força resultante do movimento, que é a centrípeta Fcp, é dada pela combinação da normal com o peso do conjunto motoqueiro-moto.
Desse modo, temos: Fcp = N + P. Onde, Fcp = M.v^2/R e P = M.g. A velocidade mínima necessária pro motoqueiro completar cada volta é aquela em que a moto está na iminência de cair, quando ela passa pelo topo perdendo contato com o globo, isso ocorre para N = 0. Nesse caso:
Fcp = P => M*(vmín^2)/R = M*g => vmín^2 = R*g => vmín = raíz(R*g).
O motoqueiro consegue dar voltas no globo com qualquer velocidade maior do que essa, logo, não existe uma velocidade máxima para que ele complete a trajetória, porque não há um limite inferior, pra velocidade, só um valor mínimo, que é raíz de (R*g).