Método dedutivo: Descartes, por meio do método dedutivo, buscou apresentar uma nova forma de se realizar uma pesquisa científica, abstendo-se do sobrenatural e tentando, ao máximo, ater-se ao seu método, para, por meio da razão buscar um conhecimento que ele intitulou como verdadeiro. Para ele, não existe um pensamento comum. Verdadeiro. Nem alma elevada suficiente que obtenha o dom da clarividência. O bom senso ou a razão é igual a todos os homens, mas os melhores resultados vêm dos que utilizam o melhor caminho para pensar. A razão está presente, igualmente, em todos os homens, pois é ela que os diferencia dos demais animais, mas o método escolhido é o que permite o melhor aproveitamento desta razão. Diante de tal premissa, o autor propõe demonstrar seu método para que todas as pessoas, assim como ele, mesmo reconhecendo possíveis falhas, possam alcançar seu maior potencial intelectual e de aprendizado. Descartes (2003) prega a liberdade de pensamento unida a um método efetivo como forma de evolução no aprendizado, não se devendo, portanto, seguir, necessariamente, as diretrizes traçadas anteriormente por seus mestres. Mas para isso, não desfaz do conhecimento definido por conteúdos programáticos. O contato com os livros é tão importante quanto o contato com os eruditos no respectivo tema, mas não se deve restringir a eles, sob pena de alienação sobre o que ocorre no tempo presente e ao redor do pesquisador.
Método Indutivo: Seguindo em um sentido contrário, Bacon (2002) exalta o conhecimento natural, sensorial. Mas não um conhecimento empírico extremo. Ele propõe a análise racional dos elementos ‘simples’ (e por muitas vezes menosprezados) da natureza, dos fenômenos naturais para, a partir dele, usando a razão, construir um método que ele entende ser o mais adequado. Tal método seria o dedutivo. “[...] Toda interpretação da natureza começa pelos sentidos e, das percepções dos sentidos e por uma via direta, firme e segura alcança as percepções do intelecto, que constituem as noções verdadeiras e axiomas” (BACON, 2002, p. 149). O referido autor faz questão de criticar o desprezo que os estudiosos de sua época demonstravam pelos fatos naturais. Eles consideravam ultrapassados os debates sobre a natureza. Bacon (2002), em sentido contrário, contesta essa visão, afirmando que o homem ainda tinha muito o que aprender com esse objeto de estudo, devendo partir de sua análise para uma construção racional sobre as coisas. Ele não desdenha da razão, muito pelo contrário, ele afirma que o homem é diferenciado justamente por conseguir usar a razão em seu favor, modificando o ambiente em que vive em seu benefício. Mas para que esse potencial seja explorado ao máximo, a natureza deve ser conhecida. Porém ele faz uma ressalva, da mesma forma que o homem pode modificar a natureza atendendo às suas necessidades, a capacidade e a razão humanas estariam limitadas pela própria natureza. Há um nível de compreensão que é naturalmente inatingível pelo homem, da mesma forma que os princípios básicos da natureza devem ser observados para que a razão humana possa evoluir.
Resposta: Nos dois casos podem ocorrer falhas, na forma dedutiva quando se busca apenas o sobrenatural, ou exemplificar um fato utilizando algo maior, e nem sempre é possível fazer associações. Na forma indutiva também há falhas, pois quando apenas nos focamos em fatos, nossa imaginação não cresce, nos privando do maior.