África

A alternativa que demonstra o motivo para o cenário de tensão entre EUA, Europa e China na África é a opção d) Os EUA e europeus indicam a necessidade de observar os investimentos chineses na região da África, uma vez que muitas das estruturas criadas e investimentos são direcionados para localidades que afetam a manutenção dos regimes democráticos do planeta. Isso indica uma preocupação com a influência política e estratégica que a China pode exercer na região, o que gera tensões com os EUA e a Europa.

Letra D. Esta alternativa destaca a preocupação dos EUA e da Europa com os investimentos chineses na África, argumentando que esses investimentos podem afetar negativamente a manutenção dos regimes democráticos na região, o que contribui para a tensão entre essas potências mundiais.

É preciso bastante atenção nesta questão, e um olhar crítico. Em primeiro lugar, algumas das respostas que provavelmente seriam consideradas "erradas" não estão exatamente erradas, mas são apenas de perspectivas opostas a quem elaborou a questão. Estudar e compreender os conflitos entre Estados Unidos, Europa e China no século XXI não é tarefa fácil, e dificilmente existem consensos entre os pesquisadores destes temas. Mas para facilitar este entendimento, vamos focando em cada uma das alternativas.

Bem, em primeiro lugar, precisamos focar na pergunta, mesmo quando ela não está tão clara no enunciado: "Qual o motivo de pesquisadores apontarem o continente africano como uma região de tensões entre EUA, Europa e China?". Em seguida, vamos olhar as alternativas atentamente:

a -> Apesar dos Estados Unidos exercer uma política intervencionista em sua política externa - algo presente ao longo de toda história dos EUA - eles não são acusados de intervencionismo na soberania dos países africanos.

b -> A chamada "Nova Rota da Seda" está sendo estabelecida por iniciativa da China, e não de países europeus.

c -> Esta é uma resposta que não está equivocada. Pode-se discordar dela, mas é uma posição válida na interpretação do cenário geopolítico. De fato, a China, com sua capacidade de investimento, faz parcerias com países africanos em projetos que visam complexificar e melhorar a infraestrutura destes países. Isto é importante, porque um país sem estradas, fontes de energia, portos, de qualidade, não consegue desenvolver atividades econômicas de maior complexidade. Além disso, as parcerias chinesas tem sido apontadas como mais igualitárias, mais benéfica para os países africanos, do que os draconianos acordos com o FMI, que exigem uma política econômica neoliberal, que não ajuda a industrialização, o crescimento econômico ou a distribuição de renda nos países que tomam dinheiro emprestado. Além disso, estas medidas tomadas pela China junto a países africanos, acaba por fazer oposição à "hegemonia do Mundo Ocidental", já que apresentam interesses distintos dos países europeus e dos EUA. Esta interpretação está presente em autores bastante distintos como Giovanni Arrighi (Adam Smith em Pequim) e Elias Jabbour (Socialismo no século XXI).

d -> Esta posição, também válida dentre as pesquisas sobre a dinâmica geopolítica no século XXI, reproduz o discurso e visão que o Estado americano, assim como o capital privado, criam sobre si mesmos. A ideia é de que os investimentos chineses na África tem de ser observados porque estão em uma "brecha crítica" em que governos e estruturas estatais não alinhadas com o "mundo ocidental" (leia-se Europa e Estados Unidos). A justificativa se apresenta no discurso na forma de "defesa dos regimes democráticos do planeta". Esta perspectiva tem sido desenvolvida por vários autores, mas destaco aqui Thomas Barnett que em "O Novo Mapa do Pentágono", publicado no início do século atual, identifica regiões do Oriente Médio e da África como de particular interesse dos EUA, por serem espaços em que se poderia desenvolver uma oposição forte e radical com os interesses estadunidenses. Este discurso de ações militares e diplomáticas tendo como justificativa a "defesa da democracia" é algo tão arraigado na indústria cultural americana, que parece a nós algo "natural". Sabe aquela coisa de filmes de ação, em que o mocinho armado até os dentes vai matar dezenas de pessoas porque "Nós precisamos defender o mundo livre"? Esse tipo de coisa, repetidas tantas e tantas vezes, vão criando a falsa imagem de naturalidade e legitimidade das posições dos EUA. Uma narrativa de mocinho e bandido, em que os estadunidenses estão sempre certos. Mas é importante tirarmos esta visão, já que na realidade social, as coisas não são simplesmente porque são, mas porque existem disputas, conflitos e processos que determinam como as coisas passam a ser. Em resumo, a realidade não é simples, e respostas fáceis em geral não traduzem a verdade muito bem.

Por este motivo, caso fosse eu o professor, a resposta correta seria a C. Mas isso vai variar da chave interpretativa e as bases teóricas de seu professor.

a resposta que satisfaz a questão e a alternativa D

Resposta: letra (D) é a resposta correta

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