1. A partir de 1990,muitas tendências no processo de urbanização brasileira vem acontecendo.O que são as cidades médias?
As cidades médias são centros urbanos com população entre 100 mil e 500 mil habitantes (segundo critérios do IBGE), que desempenham funções estratégicas na rede urbana brasileira, especialmente a partir dos anos 1990. Elas surgem como alternativas às metrópoles, combinando dinamismo econômico e qualidade de vida.
Papel Intermediário na Rede Urbana:
Funcionam como elos entre metrópoles e pequenas cidades, polarizando regiões menores (ex.: Londrina/PR, Juiz de Fora/MG, São José do Rio Preto/SP).
Oferecem serviços especializados (hospitais, universidades, shoppings) antes restritos a grandes cidades.
Crescimento Acelerado (Pós-1990):
Desconcentração industrial: Empresas migraram de metrópoles para cidades médias em busca de custos menores (ex.: indústrias têxteis em Blumenau/SC).
Expansão do agronegócio: Cidades como Ribeirão Preto/SP e Dourados/MS tornaram-se polos agroindustriais.
Políticas públicas: Programas federais e estaduais incentivaram a interiorização do desenvolvimento (ex.: universidades federais em cidades médias).
Qualidade de Vida Relativa:
Menor custo de vida, menos congestionamentos e violência comparados a São Paulo ou Rio.
Atraem migrantes de metrópoles ("êxodo urbano") e de cidades pequenas.
Diversificação Econômica:
Não dependem de um único setor (ex.: Uberlândia/MG tem agropecuária, logística e tecnologia).
Região | Exemplos | Destaque Econômico |
---|---|---|
Sudeste | Campinas/SP, Uberlândia/MG | Tecnologia, logística, agroindústria |
Sul | Joinville/SC, Cascavel/PR | Indústria automotiva, agronegócio |
Nordeste | Feira de Santana/BA, Mossoró/RN | Comércio, fruticultura irrigada |
Centro-Oeste | Sinop/MT, Rio Verde/GO | Soja, algodão, carne |
Infraestrutura: Crescimento urbano não planejado gera favelização e falta de saneamento.
Dependência de políticas públicas: Sem investimentos contínuos, perdem dinamismo.
Pressão sobre recursos naturais: Expansão imobiliária e agropecuária ameaçam biomas locais.
Redistribuição populacional: Aliviam pressão sobre metrópoles.
Resiliência econômica: Menos vulneráveis a crises concentradas (ex.: colapso industrial em SP).
Inovação: Muitas se tornaram "smart cities" (ex.: São Carlos/SP, polo de tecnologia).
Fonte: IBGE, IPEA, estudos sobre redes urbanas (1990–2020).
Resumo: As cidades médias são centros secundários que redefiniram a urbanização brasileira, oferecendo equilíbrio entre oportunidades e qualidade de vida, mas exigem planejamento para evitar repetir os erros das grandes cidades.