O processo de industrialização no Brasil, que se intensificou ao longo do século XX, trouxe significativas modificações ao espaço geográfico brasileiro. Essas mudanças podem ser observadas em diversos aspectos, incluindo a urbanização, o deslocamento de populações e as transformações econômicas.
Primeiramente, a industrialização provocou um intenso processo de urbanização. As cidades brasileiras, especialmente nas regiões Sudeste e Sul, passaram por um rápido crescimento populacional. Esse fenômeno foi impulsionado pela migração de pessoas do campo para as cidades em busca de melhores oportunidades de emprego nas indústrias emergentes. Como resultado, surgiram grandes centros urbanos, como São Paulo e Rio de Janeiro, que se tornaram polos industriais e econômicos.
Além disso, a industrialização levou ao desenvolvimento de infraestrutura, como redes de transporte, energia e comunicação, para atender às demandas das fábricas e da população urbana crescente. Isso facilitou a integração entre diferentes regiões do país, mas também criou disparidades, já que as áreas mais industrializadas receberam mais investimentos em comparação às regiões menos desenvolvidas, como o Norte e o Nordeste.
Economicamente, a industrialização diversificou a base produtiva do país, que até então era dominada pela agricultura. A indústria manufatureira tornou-se um dos principais motores da economia brasileira, contribuindo para o aumento da produtividade e da capacidade exportadora do país. No entanto, também gerou desafios, como a necessidade de qualificação de mão de obra e a dependência de tecnologia e capital estrangeiros.
Por fim, é importante destacar que os impactos ambientais também foram significativos. A industrialização contribuiu para a exploração intensiva dos recursos naturais e problemas ambientais, como a poluição do ar e da água, principalmente nas grandes cidades industriais.
Em suma, a industrialização alterou profundamente o espaço geográfico brasileiro, transformando a estrutura econômica, social e ambiental do país. Esses efeitos persistem até hoje, influenciando o desenvolvimento regional e as políticas públicas.
A indústria é um dos principais agentes de transformação do espaço. Quando uma área antes não industrializada recebe um relativo número de fábricas, a tendência é receber mais migrantes para a sua área, acelerando a sua urbanização.
Com mais pessoas residindo em um mesmo local, gera-se mais procura pela atividade comercial e também no setor de serviços, que se expandem e produzem mais empregos. Entre outros aspectos positivos, menciona-se a maior arrecadação por meio de impostos (embora, quase sempre, as grandes empresas não contribuam tanto com esse aspecto).
Dentre os efeitos negativos da industrialização, podemos citar os impactos gerados sobre o meio ambiente, haja vista que, a depender do tipo de fábrica e das infraestruturas para ela oferecidas, são gerados mais poluentes na atmosfera e também nos solos e cursos d'água. Além disso, os incentivos fiscais oferecidos pelo poder público são criticados por fazer com que a população arque mais com os impostos do que as grandes empresas.
O poder de intervenção da indústria nas sociedades é tão elevado que até as suas modalidades de produção, ou seja, a forma predominante com que suas linhas de produção atuam, interferem na organização do espaço, gerando mais ou menos produtos e empregos, entre outros elementos. Na era do fordismo, a produção era em massa, com mais empregos situados no setor secundário; o que se transformou radicalmente na era do toyotismo.