Ao longo da história ao produzirem seus objetos de uso cotidiano os seres humanos se fundamentam no senso comum, na experiência cotidiana através das tentativas de acerto e erro, das suas observações e vivências. A partir do século XIX, com a Revolução Industrial houve um processo de racionalização dos meios de produção. O desenvolvimento da ciência no século XVI proporcionou este fenômeno social. Há a partir da Revolução Industrial a utilização do planejamento, do cálculo elaborado, do uso de medidas e proporções.
A arte, instituição social criada pelos seres humanos desde o surgimento da humanidade como forma de manifestação, sempre buscou valores estéticos para a expressão e contemplação do que é belo e harmônico.
A Escola de arte, design e arquitetura Bauhaus foi uma escola de vanguarda da Alemanha entre os anos 1919 e 1933. Ela buscou aliar a arte à função social dos objetos cotidianos e foi uma das primeiras escolas de design no planeta inaugurandoo Modernismo no design.
Nesta escola ocorreu uma relação entre o saber científico e a arte através da utilização de métodos e técnicas baseados na racionalidade, no cálculo, no planejamento, na pesquisa e análise. O design foi além da arte, pois se incorporou a princípios científicos na construção dos objetos cotidianos como, por exemplo, cadeiras. Portanto, esta instituição foi além do senso comum, pois se baseou em métodos e estudos científicos.
A Bauhaus foi uma escola que passou por diferente momentos e linhas de pensamento, o que impediria uma resposta clara apenas com a citação do senso comum, pois, a ideia de senso comum pode ser compreendida, na época, como algo sem estudo e aprofundamento como superficial e repetitiva (sem qualquer pensamento inovador ou transformador).
Mas quando estudamos a Bauhaus em seu início, vemos uma escola com múltiplos pensares, aberta à dúvida e ao pensar de todos (artistas, teóricos, artesãos, práticos...), sem nem mesmo exigir de seus professores algum certificado para leionar, apenas o conhecimento e as ideias inovadoras.