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Maria há 9 anos
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Qual a análise do poema "Talvez" de Pablo Neruda?

Tive dificuldade em interpreta-lo. Queria a visão de uma outra pessoa.
História da Arte
3 respostas
Professor Marcos F.
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Respondeu há 9 anos
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Olá Maria.

Bom gosto o seu...

Creio que o autor fale:

- Na 1a parte: sobre a visão parcial e distorcida que temos dos fatos. Percepção limitada de ser humano, além do mais ofuscada por pontos de vista, experiências e valores particulares.

- Na 2a parte: a partir de "sem que viesses brusca, incitante" o aparecimento de um grande amor, que refresca e conforta a alma inquieta do artista. Uma visão romântica, que nos últimos versos contesta Vinícius de Moraes, "que seja eterno simplesmente" e não "eterno enquanto dure"...

Continue apreciando boa literatura e bons estudos !

Prof. Marcos Fattibene

 

Maria:

 

mais uma interpretação da professora Maestra Isabel: 

"Esse poema refere-se ao amor entre o eu poético e a mulher à que ele se refere, por isso ele se refere 
á forma em que ele a vê e diz que talvez outros não vejam essa imagem dela, carregando a luz que o ilumina e a rosa que o emociona. Leia sempre Neruda que é um grande poeta!"

 


Talvez
Pablo Neruda

Talvez não ser,
é ser sem que tu sejas,
sem que vás cortando
o meio dia com uma
flor azul,
sem que caminhes mais tarde
pela névoa e pelos tijolos,
sem essa luz que levas na mão
que, talvez, outros não verão dourada,
que talvez ninguém
soube que crescia
como a origem vermelha da rosa,
sem que sejas, enfim,
sem que viesses brusca, incitante
conhecer a minha vida,
rajada de roseira,
trigo do vento,

E desde então, sou porque tu és
E desde então és
sou e somos...
E por amor
Serei... Serás...Seremos...



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Professor Matheus C.
Respondeu há 9 anos
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Cara Maria, irei compartilhar com você a minha interpretação pessoal desse poema.

"Talvez não ser,
é ser sem que tu sejas,"

Nessas primeiras linhas, o autor já direciona a fala para alguém ("sem que TU sejas").
Lendo o poema até final, dá pra concluir que esse "tu" não está escrito no sentido impessoal, mas sim, está dirigido a um suposto amor do eu-lírico, uma pessoa (vou supor que seja uma mulher sua amada). A teoria que o autor inicia nessas linhas é a de que "não ser" talvez seja viver com sua amada, porém sem que ela seja (e faça) tudo aquilo que o autor descreve nos próximos versos:

"sem que vás cortando
o meio dia com uma
flor azul,
sem que caminhes mais tarde
pela névoa e pelos tijolos,
sem essa luz que levas na mão
que, talvez, outros não verão dourada,
que talvez ninguém
soube que crescia
como a origem vermelha da rosa,"

ou seja, sem que sua amada SEJA como ela É.
E então, o autor acrescenta:

"sem que sejas, enfim,
sem que viesses brusca, incitante
conhecer a minha vida,
rajada de roseira,
trigo do vento,"

querendo dizer que se sua amada não tivesse aparecido em sua vida, ele NÃO SERIA.
E então, o autor conclui:

"E desde então, sou porque tu és
E desde então és
sou e somos...
E por amor
Serei... Serás...Seremos..."

Nessas últimas linhas ele deixa claro que ele só É porque conheceu sua amada; porque ela apareceu em sua vida.
E desde então ele É, ela É e eles SÃO, no presente e no futuro.

Mas afinal o que o autor quer dizer com SER? Essa já é uma questão muito filosófica e pessoal do autor. Eu te pergunto, Maria: o que é SER para você?

Espero que tenha ajudado! Abraços!

Um professor já respondeu

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"Talvez não ser, é ser sem que tu sejas, * Aqui o eu lírico fala para a amada, supondo como seria não tê-la. *Ele fala que se ele não fosse como é, ela também não seria como ela é, criando uma ligação de dependência entre os dois. sem que vás cortando o meio dia com uma flor azul, *Cortar o meio dia como uma flor azul é como amenizar o tempo quente e contrastar as cores, ele atribui isso à amada, como se ela amenizasse os dias dele. sem que caminhes mais tarde pela névoa e pelos tijolos, sem essa luz que levas na mão que, talvez, outros não verão dourada, *Caminhar pela névoa e pelos tijolos é difícil, mas ele mostra que a amada é iluminada, o que pode significar que ela é uma pessoa que ajuda nas dificuldades, mas que talvez, ninguém veja como ela é iluminada e brilhante. que talvez ninguém soube que crescia como a origem vermelha da rosa, sem que sejas, enfim, sem que viesses brusca, incitante conhecer a minha vida, rajada de roseira, trigo do vento, *Talvez ninguém saiba o que ela passa, ou passou, fazendo analogia com a origem da rosa: ela cresce como qualquer outra planta até florir de modo triunfante. Rajada de roseira e trigo do vento podem ser metáforas para criar essa relação de dependência. E desde então, sou porque tu és E desde então és sou e somos... E por amor Serei... Serás...Seremos... *Finalmente, ele mostra que desde que ela chegou na vida dele, ele é e será por causa dela e do amor.

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