De que formas diferentes governantes do Brasil imperial e republicano atuaram para criar e organizar conhecimentos sobre a natureza brasileira (prática vista por muito tempo como especialidade exclusiva de cientistas europeus) a partir de uma perspectiva nacional?
Não, as autoridades do Brasil imperial e do Brasil republicano organizaram para criar e organizar conhecimentos a partir de uma perspectiva europeia, e não nacional. Quem se empenhou na construção de conhecimentos da pátria foram os próprios brasileiros, já com um certo tempo de nascimento da nação. Os governantes se ancoraram, pode-se dizer assim, em conhecimentos estrangeiros e tentaram aplicar conceitos europeus, estudados em universidades lá da Europa e de países desenvolvidos, na organização da sociedade. Um exemplo bem prático disso foi a reforma do Rio de Janeiro de Pereira Passos, que queria transformar a capital do país (o Rio de Janeiro na época era a capital) em uma nova cidade das luzes, forçando a estrutura urbana brasileira ser semelhante às cidades desenvolvidas na Europa, como Paris, por exemplo. Essa reforma se chamou reforma urbanística. É só um exemplo de milhares dessa forçação de barra de algumas autoridades.
Beleza, Gustavo? Qualquer dúvida, pode falar comigo que estarei à disposição. Abraços!
Att. Luciano de Luna, acadêmico de medicina.
Através de botânicos, naturalistas e outros observadores que visitaram o Brasil a partir de 1808, com a família real vindo para o Brasil. Com eles foi criado também o Jardim Botânico (por exemplo). Ainda que estereotipadas e um tanto bizarras, as visões que se tinha foram o começo de um olhar sobre a natureza - antes tão devastastada devido aos ciclos econômicos como os do açúcar e do outro. Sem contar a extração do pau-brasil. Coincidiu com o movimento romancista, que valorizava a natureza e as origens.
As autoridades da República pouco fizeram pela natureza - a cultura republicana era predominantemente urbana, ou rural sob domínio dos cafeicultores e coronéis. Ao contrário, houve surtos de exploração como a da borracha na Amazônia.
Na República, portanto, não houve avanços no estudo da natureza, exceto o estudo do solo conhecido como "terra rôxa", para melhor exploração do solo fértil utilizado para o ciclo do café - já na região do Oeste Paulista. Essa região cultivou a cafeicultura com um olhar administrativo, não explorador.
Espero ter ajudado.