A universidade medievais

As universidades produziram um conhecimento que é útil até hoje para entender a sociedade medieval. Na realidade, porém, o que entendemos hoje como universidade teve um início tardio na Europa, em comparação com o mundo islâmico. Boa parte do conhecimento foi produzido em mosteiros, tanto crônicas históricas como experimentos em agricultura, arte, física, etc. No entanto, as por fim estabelecidas universidades ajudaram a impulsionar os processos que levaram a Europa ao Renascimento cultural e a era dos descobrimentos.

As universidades medievais surgiram durante o renascimento das cidades, mais ou menos na Alta Idade Média. As principais causas atribuídas, além do ressurgimento das cidades, são as cruzadas e o comércio com o Oriente. As universidades eram diferentes dos modelos que temos hoje em dia. Não necessariamente havia um espaço físico para as aulas, elas podiam ocorrer ao ar livre. O termo universitas em latim significa cooperativa ou universalidade. Havia um mestre e seus seguidores, os alunos, sendo uma relação muito diferente do que temos hoje. Com o tempo, a Igreja viu a necessidade de controlar a universidade oferecendo licenças docentes, dando salários aos professores etc. Desse modo, as universidades se tornaram instituições de produção e compartilhamento de saber. E seu surgimento, como dito, está intrinsecamente ligado com as mudanças da Europa.

A cultura Ocidental tem como base o cristianismo e sua associação ao pensamento filosófico grego. O clero medieval teve uma singular importância em preservar o conhecimento da antiguidade clássica, durantes as seguidas invasões bárbaras, principalmente através das cópias e conservações dos livros em mosteiros e abadias. As Universidades Medievais são herdeiras desse conhecimento acumulado. O Cristianismo ocidental usando a filosofia grega desenvolveu um pensamento racionalista e cientificista, com um dos destaques para Tomás de Aquino. Esse postulado foi base para a formulação da superioridade científica ocidental européia, que se afirmou pelo mundo pós descobrimentos. Através das Universidades Medievais, o racionalismo científico cristão amadureceu e deu base para a formação política e social da Europa moderna. Juntou-se a prática da escolástica, no final do século XIII, o empirismo do Franciscano Roger Bacon, reforçando ainda mais o racionalismo base do pensamento ocidental. Com certeza o processo de desenvolvimento da identidade Intelectual da Europa foi construído nessas Universidades Medievais. Um bom exemplo é o Direito Romano, hoje base das Constituições do mundo capitalista e democrático atual.