Dia internacional da mulher

Olá Iago, Tudo bem? Atualmente, o dia internacional da mulher é comemorado em 8 de Março em todos os países. Essa data comemorativa foi oficializada pela Organização das Nações Unidas ONU em 1975. Antes de 1975, cada país seguia sua própria agenda, com datas relacionadas às histórias nacionais. A agenda norte-americana reservava a última semana de fevereiro para a comemoração, desde 1909, uma data emblemática para os socialistas e as feministas (que compartilhavam o duro cotidiano de trabalho nas fábricas). É uma data para celebração mundial das lutas e conquistas de movimentos políticos por direitos para as mulheres e igualdade sexual nas famílias, no mundo do trabalho e nas cidades (lugar por excelência da vida política e representação da democracia). Tais lutas e movimentos políticos por direitos e cidadania iniciaram-se no final do século XIX, em diversos países da Europa e nos Estados Unidos, atravessaram o século seguinte e continuam a mobilizar as feministas ao redor do planeta em nossos dias. Alguns fatos históricos são emblemáticos, como Miss America Protest - a queima de sutiãs em praça pública para protestar contra o concurso Miss América()https://super.abril.com.br/historia/que-mulher-e-essa/, em 1968. Assim, trata-se não de um contexto histórico, mas de diversas experiências históricas no tempo e no espaço. Para saber mais, sugiro que você navegue e explore o site ONU Mulheres(http://www.onumulheres.org.br), que tem publicações, documentários e notícias muito interessantes. Recomendo especialmente o documentário Mulheres Indígenas - Vozes por Direito e Justiça (ONU Brasil, 2019) porque estamos em agosto (mês internacional dos povos indígenas) e para uma visão crítica sobre certas versões da história indígena e das suas actantes, guerreiras. Vale a pena conferir! Abraços, Adriane C.)

Então, entre o fim da Guerra Civil (1861-1865) e a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) os EUA se caracterizam por um período de forte crescimento econômico e desenvolvimento das suas forças produtivas: eles deixam de se uma economia no qual a agricultura tem papel central para se tornarem uma potencia industrial com um enorme mercado interno unificado pela rede de ferrovias e rede de telecomunicações, correios e outros serviços montados com a importante ajuda do estado, uma base rural vigorosa de pequenos e médios proprietários estabelecidos sobre terras tomadas dos povos indígenas (que são derrotados militarmente, massacrados e os sobreviventes instalados em reservas sobre forte controle do governo)e uma rede de estruturas políticas e sócio-econômicas (Governos estaduais, municipais, redes de ensinos e universidades locais, comércios e bancos locais, etc) que mantem o território unificado e aceita a autoridade nacional de um governo federal sediado em Washington. Nas cidades há um grande crescimento dos negócios, abastecido por uma grande mão-de-obra composta principalmente de imigrantes vindos da Irlanda, sul e leste da Europa ou, mais para frente, dos negros que saem do sul fugindo do regime de apartheid aberto instalado à partir de 1877. Esses negócios tem como destaque o capital industrial que se desenvolve tanto por iniciativa de capitalistas locais como devido ao enorme investimento britânico e a vinda aos EUA de tecnologia, capital, técnicos e administradores da Grã-Bretanha, além do papel preponderante das finanças britânicas no financiamento da economia estadunidense, sozinha ou em sociedade com os financistas locais-especialmente os grandes banqueiros de Nova York. Da parte do estado americano há um enorme investimento na fundação de universidades e colégios técnicos avançados para prover a industria de engenheiros, contabilistas, economistas e trabalhadores qualificados necessários. Embora marcado por forte corrupção na relação do capital privado com o estado esse processo todo dá resultados e na década de 1890 os EUA se tornam a maior economia do mundo em volume de produção, embora não a mais avançada (a mais avançada tecnológica. cientifica e socialmente era a Alemanha). No plano social, esse desenvolvimento capitalista sem pouco ou nenhum controle social gera enormes desigualdades socais, injustiças de todo tipo e violências contra os trabalhadores (tanto por parte dos empresários como por parte do estado). No plano político são colocados em práticas leis para dificultar ou atrasar a naturalização dos imigrantes para estes não adquirirem cidadania política, outras leis com teste de alfabetização para adquirir o direito ao voto retiram de muitos brancos pobres (para não dizer de grande partes dos negros nos estado onde não há Apartheid oficial) os direito de voto e nos estados estados com apartheid contra os negros (os do sul principalmente), índios (Arizona, Novo México), contra os chineses e outros grupos não-brancos. Populações inteiras são desemancipadas os EUA nesse período. Linchamentos públicos de negros, chineses e brancos pobres mantem e reforçam a ordem social no qual o darwinismo social é a visão de mundo da burguesia e classe média estadunidense. Em respostas se organizam o movimento social, operário e diversos partidos trabalhistas e socialistas caraterizando esse período por intensas lutas sociais e operárias por todos os EUA como o caso das comerciárias do setor de agulhas de Nova York (lembrando que nessa época nem as mulheres da burguesia tinham direitos políticos) que em 8 de março de 1908 exigindo o direito ao sufrágio. igualdade salarial com os homens (recordando ao mesmo tempo o ato das trabalhadoras têxteis de 1857 que havia sofrido forte repressão policial) e sofreu um forte ataque da polícia, Além do incêndio que vitimou (145 pessoas), em sua maioria, trabalhadoras numa fábrica de tecidos mal instalada na mesma cidade de Nova York em 25 de março de 1911. Essa tragédia impulsionaria tanto a luta por justiça social e direitos trabalhistas como o sufrágio feminino nos EUA nas décadas seguintes e viraria um símbolo da luta pela igualdade de direitos entre homens e mulheres no mundo.

Boa noite Lago, os EUA estavam passando por um ciclo econômico virtuoso, antes da Primeira Guerra, porém, o operariado não. O incêndio na fábrica têxtil Triangle desnudou o excesso de trabalho que passavam as mulheres. A maioria eram costureiras imigrantes, russas e italianas, com meninas de 12 anos trabalhando 11horas diárias. No dia 25 de março um incêndio ocorreu aniquilando ,143 trabalhadores, 14 homens e 129 mulheres que se tornaram símbolos da tentativa de mudança em suas vidas.