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Escravos da roma antiga x escravos dos períodos mais recente

Quais as principais diferenças entre a visão sobre os escravos na Roma Antiga e a visão sobre os escravos no Brasil Imperial por exemplo?
História Geral
2 respostas
Professor Paulo C.
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Respondeu há 5 anos
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Praticamente quando falamos de escravidão em Roma, podemos asseverar que todas as coisas, da agricultura a obras públicas, além da diversão no Coliseu, eram realizados pelos escravos. Os escravos no Brasil também eram alicerces do 'plantation' que promoveu a produção de açúcar para a Europa através das Capitanias Hereditárias. Ambas as escravidões eram sustentáculos de suas respectivas sociedades.

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Professor José J.
Respondeu há 5 anos
Contatar José Ailton
Bom, a maior diferença era o fato de a escravidão na Roma antiga não ser racial. Entre os romanos havia escravos de todas as origens (a maioria eram brancos, mas havia negros também) sendo prisioneiros de guerra ou pessoas escravizadas fora do império e vendidas dentro, bandidos punidos com a escravização, rebeldes vencidos militarmente e também punidos com a escravização. Esses escravos quando alforriados entravam na categoria dos libertos. Esta categoria jurídico-social era distinta dos nascidos livres e lhe eram vedados direitos como o de participar da vida pública para que a mancha da escravidão não contaminasse o ambiente de vida dos nascidos livres. No entanto, muitos libertos se dedicaram ao comércio e se enriqueceram tendo adquirido uma vida bem confortável. Seus filhos eram considerados livres e, embora sofressem a vergonha de terem um pai ou país libertos, podiam ascender socialmente e participar da vida politica romana. O famoso escritor romano Horácio (65-8 a.c.), autor das Sátiras, Odes e Epístolas, era filho de um liberto mas desfrutou de amplo prestigio social na Roma do imperador Augusto, tendo estado próximo do circulo imperial e tido uma vida rica e confortável. Evidentemente que a figura de Horácio não é a regra. A maioria dos libertos se integrou as camadas populares romanas e seus filhos eram tidos como romanos comuns. O fato da escravidão não ser racial significava que os escravos africanos negros existentes entre os romanos não eram escravos por serem negros e sim por terem sido escravizados em guerras (feitas pelos romanos ou outros povos), capturado por caçadores de escravos não romanos entre outras situações e levados para o Império Romano. Também havia muitos negros que não eram escravos e sua posição social variava desde tribos aos sul do Egito, passando por soldados no exercito imperial e trabalhadores, comerciantes ricos até aristocratas de países da África Oriental vivendo no Império até mesmo em Roma. Havia a escravidão por dividas, mas essa nem sempre existiu ao longo da história romana tendo sido comum antes 366 a.c., quando ela foi proibida por lei. Em 326 a.c. foi proibida a escravização de romanos o que criou uma grande diferenciação social entre os romanos étnicos (mesmo os pobres) e os estrangeiros. No século IV d.c. muitas dessas leis acabaram sendo anuladas e a escravização e a servidão por divida retornou. Muitos agricultores por todo o império foram escravizados ou submetidos à servidão devido a dividas adquiridas dos aristocratas proprietários de grandes fazendas. Essa situação existia também nas cidades com relação a um grande número de trabalhadores frente a banqueiros e agiotas. Um efeito disso foi à participação de muitos romanos pobres no saque de Roma pelos visigodos em 410 d.c, pois muitos odiavam as elites e a sua ordem social que os estava escravizando. Várias invasões de tribos germânicas foram facilitadas pelo apoio dos camponeses reduzidos a escravidão ou em processo de escravização por parte dos aristocratas de suas regiões devido a processos de endividamentos fraudulentos. O processo descrito acima é uma grande diferença para com o Brasil colonial onde os portugueses em hipótese alguma podiam ser escravizados nos domínios da coroa lusitana (os endividados eram presos, mas nunca escravizados), pois eles eram cristãos, súditos de nascimento do rei português, homens nascidos não escravos e com o tempo a ideia de que o branco não deve ser escravo foi se firmando (africanos negros e índios (embora proibida legalmente) sim podiam). O Brasil escravista independente do século XIX herdou e consolidou legal e ideologicamente essas ideias.

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