Boa tarde, Marcelo! A dívida externa que o FHC contraiu junto ao Banco Mundial e ao FMI, na verdade, se caracteriza enquanto uma continuação da dívida externa contraída durante o período da ditadura militar. O termo "remédio amargo" que você utiliza para caracterizar essa política pode ser interpretada de duas maneiras: a) que o presidente FHC, naquele momento, não possuía nenhuma outra forma de angariar fins para estabilizar a economia no país e, em razão disso, a solicitação de empréstimos ao BM e FMI foi a única maneira de resolução deste impasse. b) por outro lado, pode-se também questionar se houve a busca, por parte do governo, por alternativas à contração de empréstimos bancários, dado que, essa prática seguia a recomendação do Consenso de Washington, firmado em 1990, nos Estados Unidos, e que não era uma ordenação para os países de terceiro mundo, mas sim, uma recomendação para a política econômica sobretudo, para a América Latina. Deste modo, pode-se levantar a hipótese de que, apesar de necessário, poderia ter sido procuradas outras formas de sustentação da economia brasileira, sem ter que passar obrigatoriamente pela requisição de empréstimos.