Tanto o modelo ateniense como o espartano constituíam modos de trabalho compulsório na Antiguidade Clássica. A principal diferença entre ambos é que, enquanto em Atenas o escravo era um bem móvel pertencente a um cidadão, os hilotas pertenciam ao Estado espartano, achando-se presos à terra, cultivando-a e pagando uma renda ao proprietário da terra. Desse modo, o modelo espartano distancia-se do modelo clássico de escravidão ateniense, sendo mais próximo daquilo que veio se denominar "servidão", na Idade Média.
A diferença era grande e os gregos antigos nunca a confundiam, pois os hilotas eram uma população camponesa reduzida a servidão, de forma coletiva, mas que não podiam ser vendidos, tinham família e formavam suas comunidades e ficavam com parte da sua produção agrícola após entregar a parte devida ao estado ou ao aristocrata a que estavam submetidos. A palavras para escravo em grego antigo era doulos e indicava a pessoa individualmente reduzida ao cativeiros, tida como um objeto completo e sem nenhuma autonomia sobre si mesma, sendo por isso comprada e vendida como um objeto. Normalmente era estrangeiro (não-grego ou grego vindo de outra cidade ou outra terra do Mundo Grego)e sua posse era sempre de tipo individual mesmo quando pertencesse a algum estado ou governo.
Os hilotas (heílotai em grego antigo) eram encontrados em regiões de economia rural onde conquistadores gregos e populações não-gregas se relacionaram de forma desigual em algum momento como a Tessália, Creta, Sicília oriental e a Lacônia, no sul do Peloponeso, onde estava Esparta. No caso dos hilotas de Esparta sua origem ainda não é clara por conta da falta de documentação. Eles podem ser populações aqueias submetidas aos conquistadores dórios no fim do II milênios antes de Cristo ou descendentes de populações não-gregas submetidas aos aqueus por volta de 1500 a.c ou camponeses locais ao qual foi imposto a servidão na época das violentas guerras de conquista contra a região vizinha da Messênia-de língua e cultura grega(Século VIII a.c.) no qual grande parte da população messênia foi reduzida a servidão e muitos foram levados a Lacônia e se mesclaram com os camponeses locais. O hilotas eram propriedade do estado, assim como a terra no estado espartano, no qual os governantes os distribuíam regularmente para as terras adscritas a aristocracia (que se autodenominava como os espartanos ou espartaciatas, eram os únicos cidadãos plenos e com igualdade de direito dentro do grupo) onde, sob a supervisão de funcionários do estado, produziam os bens agropecuários que eram a base da economia de Esparta.
O tratamento dado aos hilotas foi conhecido por sua brutalidade tendo gerado entre os espartanos todo tipo de patologias sociais coletivas por conta de uma prática de repressão e crueldade que durou séculos.
Um exemplo da diferença entre doulos e hilota na sociedade espartana é a figura do poeta lírico local Alcmán de Esparta. Ele não era um grego e sim um lídio (povo não-grego do oeste da atual Turquia) que foi vendido como escravo para uma família aristocrática de Esparta tendo sido libertado por conta da sua habilidade como poeta e seu domínio da língua grega no dialeto dório-um idioma aprendido para Alcmán, mas que era, no caso dos hilotas, sua língua materna. Ele nunca viveu no campo e por ser lídio era um estrangeiro completo sem nenhum vínculo étnico com qualquer população do Peloponeso. Foi trazido individualmente e dessa forma foi vendido em Esparta sendo uma propriedade privada da família que o comprou até a sua alforria.