Boa noite Júlia B e sobre a sua dúvida, considero importante fazermos alguns esclarecimentos acerca dos tempos históricos que abarcam a sua dúvida.
A primeira ponderação que precisamos pensar é: você se pergunta como se dava a relação entre a Instituição Igreja Católica com os líderes de dois momentos históricos distintos: com os "Imperadores" do Império Romano (ocidental) e nos chamados "Reinos Bárbaros Cristianizados". São momentos históricos com séculos de diferença, com organização social, política e econômica também distinta.
Em seguida, devemos considerar que, quando houve essa dissidência da religião judaica que chamamos de cristianismo aconteceu, não existia a IGREJA CRISTÃ. As primeiras comunidades cristã (que se pregava alguns cristianismos) eram pequenas e não possuíam unidade hierárquica e nem dogmática. Além disso, o culto público cristão era proibido por lei no império romano, até o édito de Milão em 313, feito pelo imperador Constantino. Então, antes os cristão praticavam seus ritos na ilegalidade, porém, depois do édito de Milão, as coisas mudam e com isso novas interações e espaços são conquistados pouco a pouco por eles. Ainda sob o governo de Constantino, temos o concílio de Nicéia, em 325, onde dogmas, ritos e a hierarquização da igreja foram estabelecidos. É neste momento que temos a institucionalizao (ou a primeira tentativa, pelo menos) de organizar o cristianismo. Outra coisa importante no Concílio de Nicéia foi justamente o estabelecimento da hegemonia do credo niceno que dizia que Jesus era Deus e homem ao mesmo tempo. Perceba Julia, que foi o próprio Imperador que organizou o concílio, mesmo que ela tenha tido maior participação nas decisões da reunião.
Com o Imperador Teodósio, no édito de Tessalônica, em 380, é que a religião cristã se torna oficial do Império. Então perceba: os dirigentes da igreja já possuíam apoio dos líderes políticos, desde a permissão de culto dada por Constantino, e a igreja foi crescendo ganhando mais fiéis, mais terras e mais força até se tornar a religião oficial do Império Romano.
Portanto, a igreja começou a apoiar o imperador no momento em que ela passou a ser reconhecida e quando teve permissão de culto, devido a isso, a posição e a relação entre o cristianismo e o império ramano se transforma, até o ponto de se tornar religião oficial do Império.
Já no período que chamamos de medieval ou baixa idade média, temos que lembrar que os reinos "bárbaros", que já tinham relação com os costumes e práticas do império romano ocidental, ie estes irãoo beber muito da herança romana, como o direito, as leis, os títulos e, também, a fé cristã. O período medieval ou a formação dos reinos "bárbaros" possuem muitas permanências do Império Romano, como disse há pouco. E uma das alianças para apaziguar relações tensas entre reinos e os súditos é a fé cristã. Muitos reis "bárbaros" vão se converter ao cristianismo justamente porque grande parte da população já era cristã, e para ter apoio popular e também da igreja, que já estava fortalecidas, se convertam e fortaleciam ainda mais essa aliança entre o Papa e os Reis. Um exemplo disso é o maior reino do período, de Carlo Magno, o Sacro Império Romano-Germanico, onde ele se intitulava herdeiro do império romano e, consequentemente, defensor do cristianismo, justamente porque o cristianismo seria "algo romano".
Espero que tenha te ajudo na sua dúvida. Estou sempre a disposição e abraços!