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Samantha há 5 anos
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Semana da arte moderna

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3 respostas
Professora Carolina M.
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Respondeu há 5 anos
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O contexto da Semana de Arte Moderna é mais do que estético, também é social, econômico, político.... Quais os outros fatores, ALÉM DO puramente desejo de reformar a arte brasileiro são importantes para a criação da semana de arte moderna?

 

É necessário entender os fatores >>históricos<< que levaram ao início da SAM: o Brasil desejava romper a imagem colonial que possuia, queriamos uma revolução estética que levasse a uma identidade nacional na arte brasileira, a criação de uma nova "cara" para o país; para isso, era necessário acabar com tudo o que fosse velho e ligado à imagem da Metrópole, tais como o parnasianismo literário e o realismo acadêmico. O alvo era eliminar tudo o que houvesse relação com o "passadismo" 

Cabe destacar aqui as consequências que esse desejo de uma arte nacional causou na musica: o tropicalismo e a bossa nova (não foram consequências imediatas já que esses estilos surgiram anos depois), mas a proposta da SAM foi uma grande precursora da nova identidade da música brasileira

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Professor Uriel N.
Respondeu há 5 anos
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O contexto da Semana de Arte Moderna é mais do que estético, também é social, econômico, político.... Quais os outros fatores, ALÉM DO puramente desejo de reformar a arte brasileiro são importantes para a criação da semana de arte moderna?

 

Primeiro de tudo é preciso esclarecer quando se deu a semana. Em 1922 o Brasil começava, ainda que lentamente, a adentrar no mundo capitalista. Não bastasse fazê-lo lentamente, o fazia de mania meio mal ajambrada, tosca mesmo. Como assim? Nessa época o Brasil vivia sob a política do café-com-leite. Grandes latinfudiários alternavam entre si o poder político e, se o capitalismo estava chegando, não havia feito mudanças substanciais na estrutura social para que os latifúndios perdessem seu poder. Para sermos honestos, o que se conhece como bancada dos três Bs hoje em dia (boi, bala, bíblia) é a herdeira última desse mesmo domínio dos latifundiários que, como se vê, ainda existe.

 

Outra faceta comum à época era o fato de pessoas de grande poder aquisitvo irem estudar ou completar seus estudos na Europa. Isso gera uma certa cisão no espírito do brasileiro que para lá vai, algo já retratado por Machado no seu Memórias Póstumas de Brás Cubas. E o que é tal cisão? Ora, à época, a Europa já mergulhava a pleno vapor no capitalismo e já havia enfrentado a primeira guerra mundial. A consequência do capitalismo lá foi a mudança daqueles objetos que eram retratados pela arte. Se, outrora, se retratava o universal e o belo, algo sem nenhum tipo de particularidade (a bela natureza, a bela mulher, etc.) agora aquilo que é cotidiano e central, aquilo que é passageiro e aquilo que é efêmero ganha a cena. E isso não apenas por motivos estéticos, mas por uma transformação interna à própria realidade vivida. Como assim? Ora, antes tínhamos um mundo governado pela Igreja, tido como o centro do Universo e acreditávamos na eternidade; com o advento do capitalismo, as mudanças passaram a entrar como figura central na existência humana, de modo que, como Marx chega a dizer "tudo que é sólido desmancha no ar". Não é que as religiões, os valores morais e coisas desse tipo deixem de existir; mas é que agora essas coisas convivem com o mesmo peso que a mudança de localidade, a possibilidade da morte, as viradas da moda, etc. Hoje, porque vivemos no capitalismo tardio, isso é ainda mais evidente na figura do meme: um meme dura, com alguma sorte, duas semanas, mas a sua característica principal é que ele se imortaliza por alguns dias e cede logo lugar par aoutro meme. A vida daqueles sujeitos do começo do capitalismo começava a experimentar as consequências dessa possibilidade de mudança à época que Oswald fez seus estudos na Europa. Não à toa, a arte que lá vê - arte moderna - é bastante diferente daquela que ele vê aqui: a de lá é fruto de um contexto inteiramente outro, muitíssimo mais "avançado" na existência capitalista; a daqui ainda é muito focada em naturezas e coisas que sequer fariam sentido lá.

 

Além disso, se hoje a desigualdade social é gigantesca, à época era ainda maior. As taxas de analfabetismo real (ou seja, realmente não passaram pela escola, diferente do analfabetismo funcional que é quando passa, aprende a ler mas não sabe interepretar o que lê) eram gigantesca (cerca de 71% da população) o que indica que a escolaridade é pouca ou inexistente. A inexistência de saneamento básico, moradias para a população - em especial a negra - e acesso aos serviços era uma realidade comum.

 

Tudo isso somado faz com que os intelectuais paulistas (Oswald e Mário de Andrade, Tarsila, etc.) vejam na arte, seu ofício, uma possibilidade de ação transformadora da sociedade pelas vias da educação estética, tema esse que, se para nós é estranho, para Europa não o é. Daí decidem por fazer a Semana de Arte Moderna que, por um lado, rompe com os paradigmas estéticos vigentes até então (embora, a seu tempo, naõ tenha sido reconhecida, algo comum nas vanguardas artísticas), e por outro, tem por meta justo romper com as desigualdes sócio-culturais e política existentes então.

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Professora Ayla R.
Respondeu há 5 anos
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A Semana de Arte Moderna, realizada entre os dias 13 e 18 de fevereiro de 1922, foi o evento da escola literária modernismo. Assim, na Semana de Arte Moderna, os ideias modernistas foram mais desenvolvidos e representados. Além disso, esse evento contou com a participação de vários artistas e é considerado por muito estudiosos literários um divisor de águas na cultura brasileira, pois provocou transformações na cultura de nosso país. O objetivo era romper definitivamente com a cultura europeia e buscar construir uma identidade genuína, própria do Brasil, distante dos moldes europeus.

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