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A 3ªfase do modernismo no brasil

A 3ªFase do Modernismo no Brasil

Quais os principais autores brasileiros que pertencem a essa fase da literatura? O que caracteriza a obra de cada um?

Explique com suas palavras: "Para Clarice Lispector, "narrar é um fato que fica sempre aquém da complexidade do real, inatingível por meio da palavra."

O que diferencia a 3ª fase da literatura brasileira das duas fases anteriores?

Português Ensino Fundamental Ensino Médio Reforço escolar
3 respostas
Professora Ílary M.
Respondeu há 5 anos
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Os principais autores são: 

  • João Cabral de Melo Neto (1920-1999): conhecido como “poeta engenheiro”, João se destacou na prosa e na poesia pelo rigor estético apresentado em suas obras: "Pedra do Sono" (1942), "O Engenheiro" (1945) e "Morte e Vida Severina" (1955).
  • Clarice Lispector (1920-1977): se destacou na prosa e na poesia com um caráter lírico e intimista: "Perto do Coração Selvagem" (1947), "A Cidade Sitiada" (1949), "A Paixão Segundo GH" (1964), "A Hora da Estrela" (1977).
  • João Guimarães Rosa (1908-1967): foi um dos maiores poetas do Brasil, sendo que a maioria de suas obras são ambientadas no sertão. Destacam-se "Sagarana" (1946), "Corpo de Baile" (1956), "Grande Sertão: Veredas" (1956), "Primeiras Estórias" (1962)
  • Ariano Suassuna (1927-2014): Defensor da cultura popular brasileira, Suassuna escreveu romances, peças de teatro e poesias dos quais se destacam: "Os homens de barro" (1949), "Auto de João da Cruz" (1950), "O Rico Avarento" (1954) e "O Auto da Compadecida" (1955).
  • Lygia Fagundes Telles (1923-): escreveu romances, contos e poesias sendo uma de suas marcas a exploração psicológica das personagens em sua obra: "Ciranda de Pedra" (1954), "Verão no Aquário" (1964), "Antes do Baile Verde" (1970), "As Meninas" (1973)

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Professora Thalita F.
Respondeu há 5 anos
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Os autores são diferentes, a professora anterior apontou eles. Mas o importante é membrar que a 1ª é a fase considerada "heroica", com Manual Bandeira, Mário de Andrade e Oswald de Andrade. A segunda, apesar de muito parecida com a primeira na ideia de ser transgressora, dá início ao conteúdo de análise social - usam os poemas, prosas, para denúncias sociais. Já a terceira dá um tempo nas preocupações políticas e entra numa fase de experimentação. Se der uma olhada e comprar os autores vai perceber isto. A terica fase acho que Clarice Lispector, Guimarães Rosa e Ariano Suassuna demonstram bem isto. 

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Professor Lucas C.
Respondeu há 5 anos
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Em acréscimo ao que a última professora apontou, de fato os autores da chamada terceira fase do modernismo lançam mão de recursos formais (ou estéticos) experimentais. No entanto, embora tal experimentação seja justamente o que mais os diferencia das outras fases, não quer dizer que haja menos preocupação social do que nas outras (não parece fácil sustentar tal afirmativa quanto a nenhuma das 3 fases). Em vez disso, talvez seja importante salientar que a experimentação formal (ou estética) acontece somente neste momento (e não antes) porque nas fases anteriores as preocupações dos autores, em seus projetos literários, estavam centralizadas em encontrar uma sólida identidade nacional na literatura. A terceira fase já parte de um contexto em que as formas literárias (ou os recursos estéticos) consolidadas pelas fases anteriores já estavam em desgaste, e não comunicavam mais às necessidades desses autores de dizer sobre o mundo que viviam. Afinal, as suas preocupações já eram outras... um claro exemplo disso pode ser percebido justamente nesta frase atribuída a Clarice Lispector: "narrar é um fato que fica sempre aquém da complexidade do real, inatingível por meio da palavra." Na citação, podemos notar uma rígida separação entre "a linguagem" e "o real". Como dito anteriormente, esse é um excelente exemplo das novas preocupações que passam a compor o pensamento dos escritores da terceira fase, já que, embora findada a Segunda Grande Guerra Mundial, não tiveram fim, ainda hoje, os questionamentos e as agudas desilusões que as feridas abertas naquele período provocaram na humanidade, principalmente porque houve um direcionamento do que se viu de produtivo na guerra para diversas áreas do saber, principalmente as áreas exatas (aeronáutica, medicina, química, física...). Já as Ciências Humanas foram as que tomaram a linha de frente para fazer os questionamentos sobre a vida e sobre a realidade que passavam a ocupar as sociedades que surgiam reformuladas com tanta tecnologia fundada em trincheiras de batalhas e em campos de concentração de seres humanos, já no esquecimento para muitos. A filosofia, a história, a sociologia e a psicologia passam a ter como centralidade esse contraste, entre tantos outros que o século passado viveu. Não foi diferente na literatura, e por isso é na terceira fase do Modernismo que vemos no Brasil um marco inicial de tal momento. Portanto, "narrar" está aquém do "real" porque as palavras não dão conta de abarcar a complexidade do sofrimento humano, ou do desconhecimento humano sobre a sua própria condição, sobre as suas dúvidas e sobre as suas contradições de realidade.

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