Mas era o seu marido, era novo, era forte, era alegre; pôs-se a adorá-lo. Tinha uma curiosidade constante da sua pessoa e das suas coisas, mexia-lhe no cabelo, na roupa, nas pistolas, nos papéis. Olhava muito para os maridos das outras, comparava, tinha orgulho nele. Jorge envolvia-a em delicadezas de amante, ajoelhava-se aos seus pés, era muito dengueiro. E sempre de bom humor, com muita graça, mas nas coisas da sua profissão ou do seu brio tinha severidades exageradas, e punha então nas palavras, nos modos uma solenidade carrancuda. Uma amiga dela, romanesca, que via em tudo dramas, tinha-lhe dito: "É homem para te dar uma punhalada". Ela que não conhecia ainda então o temperamento plácido de Jorge, acreditou, e isso mesmo criou uma exaltação no seu amor por ele. Era o seu tudo — a sua força, o seu fim, o seu destino, a sua religião, o seu homem! Pôs-se a pensar, o que teria sucedido se tivesse casado com o primo Basílio. Que desgraça, hem! Onde estaria? Perdia-se em suposições de outros destinos, que se desenrolavam, como panos de teatro: via-se no Brasil, entre coqueiros, embalada numa rede, cercada de negrinhos, vendo voar papagaios!
(O primo Basílio, Eça de Queirós)
O termo destacado no trecho: “Uma amiga dela, romanesca,... tinha-lhe dito...” indica estado transitório ou permanente do sujeito? Justifique sua resposta. Depois, classifique o predicado da oração.
Cite e explique detalhadamente um aspecto do casamento dos protagonistas é criticado no fragmento acima (questão 1) e qual o propósito dessa crítica. Comprove com elementos do texto.
Boa tarde, Davi. Achei sua dúvida muito interessante sugiro que você coloque na parte de tarefas.