Oi, Milena. Tudo bem? Espero que sim!
Veja:
As figuras de linguagem dão estética ao texto; sobretudo, ao texto poético. Chama-se, também, de estilística o uso desses procedimentos que podem implicar na configuração ou desconfiguração gramatical, dependendo do sentido que se quer dar ao texto.
Existem dois processos que são importantes de se observar quando estamos analisando um texto a partir da perspectiva interpretativa, isto é: a diferença entre "compreensão de texto" e "interpretação de texto".
Compreender um texto, é analisar o que ele diz em si ou para dentro de si. Nesse caso, o entendimento da mensagem passada caminha, necessariamente, pelos próprios elementos que constituem o texto. Por exemplo: "Diante do quadro político de seu país, a brasileira Laura chorou." Pode-se compreender que Laura é brasileira e que chorou (quem chora, chora de felicidade ou tristeza e por isso, não podemos afirmar que o choro produziu tristeza ou alegria), porém, se analisarmos a partir do viés interpretativo, acrescentar-se-á, elementos fora do texto, como por exemplo: o contexto social e político do Brasil em 2016, ou seja, uma crise política que afeto os brasileiros em grande medida. Este elemento "contexto político", encontra-se fora do texto e nos permite interpretar que o choro da brasileira Laura foi de tristeza.
Se pensarmos, então, a frase: "a palavra é uma asa do silêncio/ o fogo tem sua metade fria", encontramos a seguinte hipótese:
existe uma relação de semelhança entre "palavra", "asa" e "silêncio", isto é, a ideia de voar (inerente às aves) é projetada no silêncio e para que o silêncio voe ou não, ele precisa usar suas asas, as palavras. Mas se há palavras não há silêncio, mesmo que as palavras sejam apenas escritas. Nesse sentido, temos outra figura de linguagem importante: o paradoxo.
O fogo é um todo. Se sua metade do todo fogo, não é fogo, logo o fogo não é visto como não absoluto.
É isto. Espero ter ajudado!
Obs: Para que a análise tenha maior profundeza seria necessário pesquisar alguns elementos que se encontram fora do texto, com por exemplo: quem escreveu, a data, a escola literária, contexto do social, histórico, político... do autor, as outra partes do texto... e assim por diante.
Um abraço,
Maxx.