Olá!
Posso dizer: você prefere suco ou refrigerante? Ou sou obrigado a dizer: você prefere suco a refrigerante?
Desde já agradeço.
Olá!
Ambas as formas são compreensíveis, mas a segunda opção é considerada mais formal e gramaticalmente correta. Dizer "você prefere suco a refrigerante?" indica uma comparação entre as duas opções de bebida. No entanto, em situações informais ou conversas cotidianas, muitas pessoas usam a primeira opção ("você prefere suco ou refrigerante?") de maneira mais coloquial e direta. A escolha entre as duas depende do contexto e do nível de formalidade da conversa.
Espero ter ajudado :)
Olá, João!
Gramaticalmente, ambas estão corretas.
Contudo, do ponto de visto discursivo ou do uso efetivo da língua, a partícula "ou" do primeiro enunciado pode ter valor (sentido) de disjunção exclusiva, isto é, o sujeito pode responder com valor de "ou". Exemplo: Eu prefiro suco. (Ou isso, ou aquilo). Pode também ter valor de disjunção inclusiva. Nesse caso, o "ou" passa ter o valor de "e". Exemplo de resposta possível: Não tenho preferência, gosto de ambos (suco E refrigerante).
O segundo enunciado "preferir isso a aquilo" o valor é sempre de "ou".
Vale lembrar que aspectos gramaticais e textuais (discursivos) quase nunca têm a mesma análise.
Espero té-lo ajudado.
Tchau!
Depende do contexto!
Por exemplo, na barraca de pastel, alguém pode te perguntar: E aí, você prefere suco ou refrigerante?
Neste caso, tudo bem - é um ambiente informal, e não é considerado errado nesse contexto. Normalmente, o preferir não poderia ser usado pra perguntar sobre escolhas ou favoritos, mas é permitido nesse cenário.
Já numa entrevista de emprego, algum entrevistador em uma dinâmica maluca poderia perguntar: você prefere suco a refrigerante?
Neste caso, o preferir estaria usado de acordo com a norma-padrão. Afinal, preferir pede a palavra a, ao fazermos comparações com ele. Ou seja: nesse cenário, o entrevistador não estaria te perguntando qual dois dois você prefere, mas sim se você gosta mais de um do que do outro.
João,
as duas formas são corretas, mas são usadas em situações diferentes.
Para perguntar qual é a preferência do outro use "ou": Você prefere suco ou refrigerante?
Para confirmar a preferência do outro ou até manifestar surpresa, use "a": Você prefere suco a refrigerante?
Atenciosamente,
Elisa
João,
Você pode sim, com total tranquilidade e segurança, formular a pergunta do modo ou maneira como o fez (“Você prefere suco ou refrigerante?”), convicto de que está usando um português escorreito. (Note que está subentendido, podendo ser acrescentado, o verbo beber ou tomar: Você prefere tomar/beber suco ou refrigerante?). É um equívoco pensar ou afirmar que se trata de uso informal, coloquial. Esquece-se de que o primeiro registro do verbo preferir nos dicionários é como transitivo direto. Somente depois é que vem o registro como verbo bitransitivo (transitivo direto e indireto ao mesmo tempo). Penso estar se fazendo confusão com outra ocorrência verificada no dia a dia com o verbo preferir, que é o emprego frequente da regência "preferir antes isso do que aquilo", considerada incorreta do ponto de vista da norma culta.
Apesar de o verbo preferir aceitar (quando bitransitivo) dois complementos verbais (objeto direto e objeto indireto), a construção de frases com a presença apenas do objeto direto, como veremos nos exemplos a seguir e como ocorre com diversos outros verbos, é comuníssima entre escritores renomados e abonada por gramáticos e dicionaristas. O fato de se usar apenas o objeto direto ocorre, sobretudo, quando há uma pluralidade de coisas que não são as preferidas, sendo, assim, omitidas.
Exemplos do verbo preferir como transitivo direito. Tem o sentido de achar melhor, gostar mais de, ter preferência, escolher, dar primazia:
Como transitivo direto e indireto (v.t.d.i.), o verbo preferir pede objeto direto para a coisa preferida e objeto indireto, regendo a preposição a, para a coisa preterida, e tem a seguinte estrutura: verbo + objeto direto + preposição “a” + objeto indireto.
Exemplos:
Segundo alguns gramáticos, tanto o verbo preferir quanto o adjetivo preferível não admitem, na norma culta, embora frequente no Brasil, modificadores tais como mais, muito mais, mil vezes, milhões de vezes, antes, etc., considerados pleonásticos, uma vez que no prefixo pré- já existe a ideia de anterioridade (de mais ou de antes) desejada, nem aceitam a regência do que, facilmente encontrada na língua popular por influência da construção É melhor isto do que aquilo.
Acrescentam que esse fato ocorre porque é feito, erradamente, um paralelismo entre o verbo preferir e o verbo gostar. Apesar de alguém gostar mais de uma coisa do que de outra coisa, esse tipo de comparação não se verifica com o verbo preferir, que expressa o sentido de escolher uma coisa entre várias outras coisas.
Reiterando:
Não há consenso entre os gramáticos quanto ao uso da expressão do que com o verbo preferir, que é considerado errado segundo a norma culta. Contudo, apesar de desabonada pela norma culta, a construção preferir do que é muito usada no dia a dia, inclusive por autores de renome, sendo considerada aceitável na linguagem coloquial.
Igualmente, dizem alguns gramáticos que expressões que intensifiquem ou quantifiquem o verbo preferir tornam-se redundantes, uma vez que o verbo preferir já acarreta o sentido de gostar mais e querer antes. Apesar disso, expressões desse tipo são frequentemente utilizadas pelos falantes, mesmo sendo consideradas um pleonasmo vicioso:
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José Lemos Monteiro, em sua obra-prima Morfologia Portuguesa, Edições UFC, 1986, adverte: “As gramáticas em geral ensinam que não se deve empregar o verbo preferir, determinado pelos advérbios antes ou mais. Alegam que o significado desses advérbios já ocorre no prefixo pre. Ora, na realidade, essa é uma interpretação exclusivamente diacrônica. No latim, havia o verbo ferre, de onde se formou praeferre. Todavia, na língua portuguesa não se compreende preferir como pre + ferir, em virtude da inexistência do verbo ferir, com o sentido que conviria ao caso. Por outro lado, a regência usual "preferir antes isso do que aquilo" se explica pela própria correlação "antes. . . (do) que. . ." Ou seja: desde que no primeiro termo haja antes, mais ou menos, no segundo haverá (do) que”.
João, ambas são aceitas, porém, a segunda utiliza de uma linguagem mais formal. O uso da informal ou formal vai depender de onde estará e com quem.