Sonetilho do falso Fernando Pessoa
Onde nasci, morri.
Onde morri, existo.
E das peles que visto
muitas há que não vi.
Sem mim como sem ti
posso durar. Desisto
detudo quanto é misto
e que odiei ou senti.
Nem Fauto nem Mefisto,
à deusa que se ri
deste nosso oaristo*.
eis me a dizer: assisto
além, nenhum, aqui,
mas não sou eu, nem isto.
* Oaristo: conversa carinha e familiar
Na teoria literária é sempre possivel notar traçõs de estilos anteriores ainda presentes nas literaturas modernas. Qual traço barroco é possível identificar no poema de Carlos Drummond de Andrade?
(A) A influência conceptista urna vez que o autor faz uso de silogismo lógico para defender uma tese
(B) A reflexão sobre a vida e a existência que intensifica a force filosófica e conceptista do poema
(C) O uso de paradoxos e antíteses, assim como jogos de palavras, o que aproxima esse poema do estilo cultista
(D) O uso constante da personificação e da graduação, o que traz ao poema certe semelhança o cultismo barroco
(E) O tema amoroso do poema assim como seu tom de desengano, são semelhantes aos tratados pela temática barroca.
Frederico, letra C, há dualismo, paradoxos, antíteses: "Onde nasci, morri. / Onde morri, existo."
Espero tê-lo ajudado. At.te, tutor Miguel Augusto Ribeiro.