Dei por besta em mais valer,
um me serve, outro me presta;
não sou eu de todo besta,
pois tratei de o parecer.
[...]
Sobre os versos de Gregório de Matos, verifica-se que
(A) são um exemplo de poesia conceptista, uma vez que usam palavras rebuscadas para definir o conceito de "tolice"
(B) são exemplares da temática barroca que discute a dicotomia entre aparência e essência
(C) são um exemplo de poesia cultista, apresentando uma crítica àqueles que julgam as pessoas por suas aparências
(D) têm tom jocoso e buscam relativizar, por meio de jogos de palavras, o perfil de quem é considerado "besta"
(E) têm tom jocoso, causado pelas antíteses, e buscam afirmar qual é o perfil do tolo
Olá, João,
A respsta correta é (D) têm tom jocoso e buscam relativizar, por meio de jogos de palavras, o perfil de quem é considerado "besta".
O poema "joga" com a palavra "besta" de modo a questionar o que significa realmente ser "besta", uma vez que essa pode ser uma forma esperta de conduzir as relações com os outros.
Fique bem!
Prof. Fábio Santos
João, letra D: "não sou eu de todo besta, / pois tratei de o parecer".
Espero tê-lo/a ajudado. At.te, tutor Miguel Augusto Ribeiro.
A resposta correta seria a B pois, nesse trecho, o eu lírico diz que "se fez de besta" para ter valor ("Dei por besta em mais valer") e ser querido ("um me serve, outro me presta"), sendo assim ainda mais "esperto" uma vez que ele não é mas somente parece besta ("não sou eu de todo besta / pois tratei de parecer") para poder usufruir da estima dos demais.
Esse tipo de dualidade é bem característico da literatura barroca.
Boa sorte :)