É exatamente isso mesmo :)
A variação ESTE só seria usada caso fosse introduzir alguma ideia ou conceito novo na frase.
Ex:
"Veja bem, o meu problema é este: não sei usar a crase!"
Diego,
Você tem, em parte, razão no que diz, no tocante ao emprego do demonstrativo este no fragmento de texto apresentado. A análise que devemos fazer não pode ser tão superficial e simplista.
É certo que a recomendação da Gramática é de que se empreguem isto, este(s), esta(s) em referência ao que se vai anunciar ou mencionar, a algo que ainda será dito ou escrito (valor catafórico); e isso, esse(s), essa(s) em referência ao que já se mencionou, ao que foi mencionado antes, a algo que já foi falado ou escrito (valor anafórico).
Exemplos de pronomes demonstrativos com valor catafórico:
Exemplos de pronomes demonstrativos com valor anafórico:
Segundo Maria Tereza de Queiroz Piacentini, em sua obra Não Tropece na Língua, cabe mencionar, no entanto, que no Brasil não há demasiado rigor no uso dos demonstrativos (a não ser na questão de LUGAR e TEMPO), porque no aspecto de localização do DISCURSO muitas vezes a distinção entre o que é mencionado anteriormente e o que é lugar/tempo é pouco perceptível. Por exemplo, num texto em que vários artigos de lei estão sendo citados, o autor pode preferir dizer este artigo ao se referir a um já citado (quando então usaria esse artigo) porque ele está justamente tratando "deste último", do mais próximo (lugar), do que está presente naquele momento (tempo).
Também no caso de uma tese em que se fala de uma empresa ou pessoas pesquisadas, pode-se escrever "esta empresa" ou "estas alunas" mesmo tendo sido elas mencionadas antes - no parágrafo anterior, digamos -, desde que se pense nelas como “as alunas tratadas aqui, nesta pesquisa", ou "a empresa de que se fala neste trabalho, aqui e agora". São casos em que a escolha depende do ponto de vista de quem escreve.
Ainda, segundo Zélio dos Santos Jota, em Glossário de Dificuldades Sintáticas, algumas vezes cabem os dois demonstrativos:
Tal emprego é puramente subjetivo, estilístico, que também se evidencia quando o sujeito falante se integra ou [se] identifica com aquilo que foi dito:
Do ponto de vista do emissor (colocando-nos no lugar dele), presume-se que a pessoa que enviou a mensagem tinha em mente, não o valor catafórico ou anafórico, mas a vaga em si, aos cargos vagos na empresa. Poderia haver vários cargos vagos, mas ela quis se referir especificamente ao de vendedor, que é o que está mais próximo (lugar) e presente naquele momento (tempo). "Se não é esta a vaga que você pretende, atualize seu currículo, que podemos ver se há outras disponíveis em que se encaixe."
Eu gostaria de sugerir a oportunidade de emprego para você de Vendedor. Caso esta vaga [a que me refiro, aqui e agora, e não a outras] não seja a que você está buscando, por favor atualize os dados.
Sim, você está certo. O ss - essa, nessa, nisso - indica o que já foi dito. Esse pronome anafórico é usado até para nos referirmos ao tempo passado. Assim: Em 2023 sofri muito; nesse ano passei por várias adversidades.
Abraço.