Dúvida I:
Os maridos trabalhavam e proviam alimento para que elas cuidassem de um, dois, três, quantos filhos fosse possível gerar.
O concordância verbal não seria fossem?
Dúvida II:
“Eles já têm idade para fazer o que QUISEREM”.
Como diferenciar infinitivo de futuro do subjuntivo? Pela explicação abaixo, a concordância é obrigatória com quiser, fizer, etc.
Alguns autores consideram a concordância facultativa quando o sujeito do infinitivo está oculto e é o mesmo da oração principal: “Eles já têm idade para FAZER ou FAZEREM o que quiserem”. A maioria dos estudiosos, porém, afirma que, nesse caso, a concordância deve ser no singular (uso do infinitivo não flexionado): “Eles já têm idade para FAZER o que quiserem”; “Os advogados foram chamados para ANALISAR o contrato”
No caso de QUISER ou QUISEREM, o problema é outro. Embora terminem em “r”, QUISER, FIZER, DISSER, PUSER, FOR, TIVER... não são formas do infinitivo. São do futuro do subjuntivo. Em razão disso, a concordância com o sujeito (oculto ou não) é obrigatória: “ELES já têm idade para fazer o que (eles) QUISEREM”.
1.
No primeiro caso, a confusão se dá porque a oração não está na ordem direta. "Quantos filhos" não é sujeito do verbo "fosse", na verdade, é complemento do verbo "gerar". Pense nas seguintes frases:
É possível gerar vários filhos.
Se fosse possível gerar vários filhos...
Por isso, mantemos no singular: quantos filhos fosse possível gerar.
2.
O infinitivo é uma forma nominal do verbo. Isso significa que ele não expressa tempo, nem modo por si só. Também significa que pode atuar como um grupo nominal, ou substantivo, afinal, o verbo é "nominalizado", "substantivado". Então, para identificá-lo, é preciso observar se ele está atuando na função de um grupo nominal (ou substantivo). No exemplo que você deu:
Eles já têm idade para fazer o que quiserem.
O verbo fazer está no lugar de um grupo nominal aqui. Podemos confirmar isso substituindo-o por um substantivo: Eles já têm idade para o amor.
Perceba que "fazer" e "o amor" estão desempenhando a mesma função, que é uma função nominal, típica de um substantivo (quem tem idade, tem idade para algo). Por isso o verbo está na forma do infinitivo.
Agora olhemos para a segunda parte do período:
Eles já têm idade para fazer o que quiserem.
O verbo "quiserem" já está flexionado. Ele cumpre a função de verbo mesmo, e não de grupo nominal: o que eles quiserem. Perceba que tentar trocar esse verbo por um substantivo seria impossível, afinal, ele atua como grupo verbal, organizando a segunda oração, e não como grupo nominal. Pensando na conjugação de futuro do subjuntivo, é um verbo que expressa uma possibilidade futura, o que faz sentido dentro do contexto da frase.
Espero ter ajudado!
Beatriz, a professora já explicou perfeitamente. Veja:
1. é / era / seria / (se) fosse possível gerar os (quantos) filhos. - quantos filhos: objeto direto; gerar os filhos: or. subord. substantiva subjetiva reduzida de infinitivo - gerar os filhos é possível
2. Infinitivo não flexionado:
"Infinitivos precedidos de preposição, em regra geral, não devem ser flexionados:
Ex.: Os alunos não foram capazes de concluir a prova.
Vale lembrar aqui que, caso o infinitivo precedido de preposição venha antes da oração principal, será, no entanto, flexionado.
Ex.: Ao persistirem os sintomas, procure um médico." (linguaminha)
Já o trecho "o que (eles) quiserem" marca o verbo na 3a. p. plural do futuro do subjuntivo - tempo verbal que indica possibilidade.
Quando/se eu/ele/ela/a gente quiser; tu quiseres; nós quisermos; eles/elas/as pessoas quiserem.
Neste tempo, quando a desinência explicita o sujeito, este não precisa ser mencionado; já na 1a. e 3a. pessoas do singular e na 3a. p. plural, é importante explicitar o sujeito para tornar clara a ideia.
Espero tê-la ajudado. At.te, tutor Miguel Augusto Ribeiro.