Na frase: " Nós participaríamos do evento se tivéssemos sido convidados." O uso do futuro do pretérito do indicativo ( participaríamos ) também não indica uma ação incerta, então por que está no modo indicativo já que não é uma situação real, mas que pode acontecer ou está incerto ? Não entendo o uso do futuro do pretérito que poderia ter acontecido ou não depois de uma outra ação ocorrida no passado. Nesse caso é uma hipótese. Ela está condicionada a " se tivéssemos sido convidados ", ou seja, começa pela hipótese de se tivéssemos sido convidados, aí só então poderia participar ou não do evento. Está certa a minha explanação ? E na frase: "Quem diria que logo ele faria isso conosco " Aqui, o futuro do subjuntivo ( faria ) aconteceu realmente ou vai acontecer ou não ? Comente. Pode me responder no meu e-mail: perrellaeduardo8@gmail.com Obrigado.
O futuro do pretério do indicativo é um tempo verbal usado para indicar, sobretudo, uma ação que poderia ter acontecido no passado (mas, por algum motivo, não aconteceu) ou para indicar uma ação que está condicionada a outra (como é o caso do seu exemplo). Vejamos:
"Nós participaríamos do evento se tivéssemos sido convidados"
No seu exemplo, há uma ação que poderia ter acontecido no passado: você poderia ter ido à festa, ao mesmo tempo que ela está condicionada a uma situação (nesse caso do passado: "se tivessem sido convidados"). Em razão disso, na primeira oração, usa-se o futuro do pretérito. Além disso, o futuro do pretérito é um tempo verbal que só existe no modo indicativo, não há tal tempo verbal nem no subjuntivo nem no imperativo.
Observação: pelo fato de, na sua frase, o tempo verbal usado na condicional ter sido o "tivéssemos sido convidados", o mais adequado seria, na primeira frase, você ter usado o futuro do pretérito composto, para manter o paralelismo, ficando: "Nós teríamos participado do evento se tivéssemos sido convidados".
Em relação à segunda frase, a expressão "quem diria" normalmente indica uma surpresa após algo ter acontecido ou ter sido comentado com alguém. Assim, em "Quem diria que logo ele faria isso conosco", pode-se inferir que a ação já aconteceu. O futuro do pretérito também é usado para indicar surpresa, por isso ali o uso do "faria", seria o mesmo que dizer "Quem diria que ele seria capaz de fazer isso conosco". A ação já aconteceu, o "ele" já praticou essa ação contra alguém e esse comportamento vindo daquela pessoa causou surpresa.
Olá Eduardo, há uma série de possibilidades nas suas perguntas, todas elas muito interessantes, porque a condição mais bela do verbo que é a alma da comunicação, é acentuadamente complexo... E maior complexidade está na semântica (sentido do verbo). Esse é um elemento que chamamos de aspecto verbal. Vou buscar ser o mais prático possível, mas preciso esticar o assunto um pouco, para lhe ajudar.
Por exemplo: o presente na prática só deveria existir quando no momento exato da fala, concorda? Por exemplo, eu falo: Eu estudo. É só presente nesse segundo, aparentemente... concorda? Passou um segundo já passou a ser pretérito... concorda? Deveria ser assim. Mas por exemplo, um dos fatores do presente do indicativo é a continuidade, do ato, ou seja... esse presente pode ser destinar ao passado e ao futuro: Estudo diariamente. É uma afirmação que você não sabe quando começou ou quando terminou.. mas sabe que é constante... Esse é só o começo dessa questão. Quer ver usos inusitados do tempo e modo verbal. Por exemplo, o chamado presente histórico. Eu afirmo: Em 1939, Hitler invade a Polônia. Isto está correto... sim. Eu posso falar do passado como se fosse o presente... para dar maior vivacidade ao evento.. documentários fazem isso. Esse caso chamamos presente histórico. Isso é só um princípio para seu estudo.
Agora sobre o seu primero exemplo... " Nós participaríamos do evento se tivéssemos sido convidados.". Existe entre o pretérito imperfeito do subjuntivo + futuro do pretérito do indicativo. O primeiro futuro do pretérito... indica um futuro provável. O segundo... uma condição relacionada. O subjuntivo indica uma expressão condicional (o que é típico do subjuntivo, com uso da conjunção "se". A gente chama esse caso de correlação verbal.
Agora sobre o futuro do pretérito.. é bem simples entender: é futuro não.. mesmo sendo indicativo.. ele pode se realizar ou não. Se você fala: Me aprovarei no vestibular (futuro do presente). Nesse caso você tem certeza da sua aprovação, inclusive determinação para isso. Se fala: Me aprovaria no vestibular. (futuro do pretérito), você não tem essa certeza. Concorda? Percebeu as sutilezas do aspecto verbal. Sem dúvida alguma o futuro do pretérito do indicativo é o tempo verbal mais próximo do subjuntivo de todos do indicativo.. pois está mais próximo da incerteza.
Compreendeu?
Um grande abraço.
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