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Alex há 1 ano
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Que se pode ou que se podem?

Bom dia!

No trecho abaixo, o correto seria como está ou seria "que se pode"?

"Na música, existe uma forma de som que se refere aos outros sons que se podem escutar quando o compositor cria silêncios."

Obrigado desde já pela atenção!

 

Português
5 respostas
Professor Miguel R.
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Respondeu há 1 ano
Contatar Miguel Augusto

Alex, está correto. Veja:

Equivale a "... aos sons que podem ser escutados".

Seu exemplo está na voz passiva sintética, com "se" - partícula apassivadora - e verbo transitivo direto na terceira pessoa do plural para concordar o sujeito paciente  - sons; já o meu está na voz passiva analítica, com verbo "ser" e verbo no particípio.

Note que, em uma locução verbal, somente o verbo auxiliar varia, concorda com o sujeito; já o principal fica no infinitivo:

Elas pretendem estudar francês.

As línguas que se podiam escolher eram o francês e o inglês.

Espero tê-lo ajudado. At.te, tutor Miguel Augusto Ribeiro.

 

 

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Professor José G.
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Respondeu há 1 ano
Contatar José Macílio

Caro Alex,

Conforme veremos a seguir, ambas as formas são aceitáveis, podendo, a critério do falante ou usuário da língua, ser usada uma ou outra concordância indiferentemente, sem que incorra em solecismo: sons que se podem escutar ou sons que se pode escutar.

 

Veja o que diz a filóloga Maria Tereza de Queiroz Piacentini em Não Tropece na Língua, Editora Bonijuris, pág. 83:

 

VOZ PASSIVA COM VERBO AUXILIAR E INFINITIVO [VERBO AUXILIAR + SE + VERBO PRINCIPAL NO INFINITIVO, FORMANDO LOCUÇÃO VERBAL]

Quando se utiliza uma locução verbal na voz passiva com um verbo (principal) transitivo direto no infinitivo, pode-se empregar o auxiliar [dever, poder, estar] tanto no singular quanto no plural:

  • Deve-se analisar os fatos.
  • Pode-se arrumar as camas agora.
  • Não se pode impor limites ao coração.
  • Está-se a dizer coisas de arrepiar...
  • Podem-se comprar carnes e frios à vontade na loja da esquina.
  • Acredito que se poderiam dar melhores condições aos produtores.
  • Acho que se devem estudar os processos minuciosamente.

 

É certo que todas essas frases podem ser desdobradas na voz passiva analítica. Por exemplo: Os fatos devem ser analisados, carnes e frios podem ser compradospoderiam ser dadas condições... Esse desdobramento mostra que há um sujeito no plural com o qual deveria concordar o verbo.

Contudo, também se pode entender que o sujeito é o infinitivo, como se fosse assim o enunciado: analisar os fatos se deve; impor limites ao coração não se pode... Isso explicaria a aceitabilidade da construção no singular, aliás muito mais usada, por soar melhor.

A maior parte dos livros de gramática foge dessa particularidade. Domingos Paschoal Cegalla, no entanto, ao tratar da concordância do verbo passivo, diz textualmente: "Nas locuções verbais formadas com os verbos auxiliares poder, dever e costumara língua permite usar o verbo auxiliar no plural ou no singular, indiferentemente". (Novíssima Gramática da Língua Portuguesa e Minigramática da Língua Portuguesa.)

Quando não se tem locução verbal na voz passiva, o verbo apassivado pelo pronome "se" deve concordar sempre com o sujeito que, no caso, está sempre expresso.

Exemplos:

  • Vendem-se casas. (E não "Vende-se casas".)
  • Os planos se desenvolvem satisfatoriamente. (E não "Os planos desenvolve-se".)
  • Alugam-se apartamentos em lugar aprazível. (E não “Aluga-se apartamentos em lugar aprazível".)

 

Os verbos acima são transitivos diretos (Como regra geral, só verbos transitivos diretos podem ser apassivados). Se o verbo, no entanto, for transitivo indireto (= seguido de preposição), ficará na 3ª pessoa do singular, pois o "se", aí, não será pronome apassivador, mas indeterminante do sujeito.

Exemplos:

  • Precisa-se de operários. (E não "precisam-se de operários".)
  • Assiste-se a filmes bons. (E não “assistem-se a filmes bons".)
  • Obedeça-se aos regulamentos. (E não "obedeçam-se aos regulamentos".)

 

MAS MUITA ATENÇÃO PARA A ADVERTÊNCIA ABAIXO QUE FAZ O GRAMÁTICO HILDEBRANDO A. DE ANDRÉ, EM SUA “GRAMÁTICA ILUSTRADA”, ACERCA DO SUJEITO ORACIONAL, CASO EM QUE O VERBO DEVE SER UTILIZADO SEMPRE NA 3ª PESSOA DO SINGULAR.

Nem sempre o sujeito é uma pessoa (nome ou pronome); às vezes trata-se de um fato expresso por uma oração reduzida de infinitivo, ou desdobrada e introduzida por conjunção integrante. A concordância do verbo – chamado unipessoal - será uma só: 3ª pessoa.

Chamam-se unipessoais os verbos que pedem sujeito oracional. Exemplos de tais verbos: convém, ocorre, acontece, apraz, agrada, parece, consta, é necessário, é bom, é urgente.

Examinem-se, inicialmente, estes dois períodos:

  • Cabe aos mestres ensinar a língua pátria.
  • Apraz-me que tenhas ficado contente.

Qual o sujeito de "cabe" e de "apraz"?

Perguntemos "o quê", antes do verbo: "o que cabe?”, “o que apraz?"...

Resposta: "ensinar a língua pátria” (sujeito representado por oração de infinitivo e "que tenhas ficado contente" (sujeito representado por oração substantiva integrante).

Com cuidado, agora, examinem-se estes outros exemplos, procurando o sujeito dos verbos sublinhados:

  • Não adianta ficar aí impassível.
  • São textos que convêm estudar.
  • Muitos problemas ainda resta solucionar.
  • Faltou-me apenas resolver cinco questões.
  • Acontece que nem todos trouxeram lápis de cor.
  • Não adianta discutir tantos assuntos de uma só vez.

  

Nota: Frequentemente o objeto do infinitivo se antepõe ao verbo unipessoal e, às vezes, além dessa anteposição, vem repetido (pleonástico).

Exemplos:

  • Os direitos alheios cabe-me defender. (O sujeito de "cabe-me" é "defender os direitos alheios".)
  • Os direitos alheios, cabe-me defendê-los. (Neste exemplo, “los" é objeto direto pleonástico.)

 

Em qualquer hipótese, "cabe" deve permanecer na 3ª pessoa do singular, pois seu sujeito não é "os direitos alheios", mas a oração "defender os direitos alheios".

 

É isso.

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Professora Julia T.
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Respondeu há 1 ano
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Correto.

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Professora Lais F.
Respondeu há 1 ano
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"que se podem" é a sentença correta, porque está concordando com "os sons".

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Professora Nadine G.
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Respondeu há 1 ano
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Está correto! O verbo está se relacionando com 'sons'.

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