Texto I
Estavas, linda Inês, posta em sossego
De teus anos colhendo doce fruito,
Naquele engano da alma ledo e cego,
Que a fortuna não deixa durar muito,
Nos saudosos campos do Mondego,
De teus fermosos olhos nunca enxuito,
Aos montes ensinando e às ervinhas,
O nome que no peito escrito tinhas.
Texto II
Estavas, linda Inês, nunca em sossego
e por isso voltaste neste poema,
louca, virgem, Inês, engano cego,
ó multípara Inês, sutil e extrema,
ilha e mareta funda, raso pego,
Inês desconstruída, mas eurema,
Chamada Inês de muitos nomes antes,
Depois, como de agora, hoje distantes.
O texto I é de autoria de Luís Vaz de Camões, que pertence ao Classicismo português, e o texto II é de Jorge de Lima, do Modernismo brasileiro. Estes textos se aproximam porque apresentam:
a) a mesma medida - versos decassílabos -, porém, o esquema rímico é diferente.
b) o mesmo esquema rímico, porém, a medida é diferente, uma vez que o texto I é decassílabo e o texto II alexandrino.
c) uma relação de intertextualidade;
d) o mesmo tema: o episódio de Inês Pereira, também retratada em uma peça de Gil Vicente.
e) o mesmo tipo de versos, isto é, os brancos.
oi Gabi, a resposta é a letra C. Há nos dois poemas uma relaçao de intertextualidade que é a relaçao de referencia entre os dois textos, o segundo texto de Jorge de lima é uma paródia do primeiro texto.