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Victória há 6 anos
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Regência do verbo proferir

Gostaria de saber se o verbo proferir é transitivo direto ou indireto e se no exemplo:

"Proferiu-lhe xingamentos"

Está correta? No exemplos gostaria de dizer a  frase  "Amanda disse que o aluno proferiu xingamentos a ela". No caso eu poderia substituir o a ela pelo pronome lhe ? Se sim, o verbo proferir admitiria regência transita e intransitiva ao mesmo tempo?

 

Português
3 respostas
Professora Érica F.
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Respondeu há 6 anos
Contatar Érica

Boa noite, Victória.

Na duas frases indicadas, o verbo proferir é transitivo direto e indireto (bitransitivo): 

 

- Proferiu-lhe xingamentos -> lhe = OI / xingamentos - OD

- Amanda disse que o aluno proferiu xingamentos a ela -> xingamento - OD / a ela - OI

 

Na segunda frase, é possível substituir "a ela" por "lhe" (pronome átono que pode ser usado com a função de OI ou de pronome possessivo - não é o caso desta frase): Amanda disse que o aluno lhe proferiu xingamentos.

Obrigada,

Érica

 

 

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Professor Geraldo M.
Respondeu há 6 anos
Contatar Geraldo Inácio

Olá,

O pronome oblíquo “lhe” é usado para substituir o complemento de um verbo transitivo indireto, ou seja, que exige preposição (a, para) como antecedente. “Lhe” funciona, na maioria das vezes, como objeto indireto. O “lhe” refere-se a pessoas e pode ser usado tanto no gênero feminino quanto no masculino. Numa sentença, ou exerce a função de complemento verbal (objeto indireto) ou função de complemento nominal ou função de adjunto adnominal.

Proferir é um verbo transitivo direto e exige complemento sem preposição, ou seja, o objeto direto. Já os pronomes “o”, “a” são empregados como objeto direto, em substituição aos substantivos.

O verbo, Proferir, em qualquer que seja o seu sentido –prenunciar; dizer (uma palavra, um nome, um discurso, um insulto); dizer em voz alta, pronunciar; decretar, publicar (sentença) –, pede objeto direto e não aceitará o pronome lhe.

As tentativas de atribuir ao pronome 'lhe' o papel de objeto direto incorrem no erro de 'solecismos de regência' ou vícios de linguaguem, não adequados aos textos não-literários. Somente no uso popular, o pronome oblíquo dativo 'lhe' passa para o papel ou função acusativa.

De acordo com o exposto, podemos dizer que a língua despreocupada com a norma gramatical ajustou-se ao uso e permitiu que o aspecto funcional do lhe fosse mantido.

Machado de Assis, em sua crônica de “A Semana”, de 5 de agosto de 1894, conta um caso referente a uma tal Martinha. A folhas tantas diz: Martinha, indignada, mais ainda prudente, disse ao importuno: 'não se aproxime, que eu lhe furo'. Mais adiante, à guisa de comentário, acrescenta: “palmatória dos gramáticos pode punir esta expressão, não importa, o eu lhe furo traz um valor natal e popular(grifo meu), que vale por todas as belas frases de Lucrécia.”

Diante das considerações feitas, não se pode negar a possibilidade do ‘lhe’ ser objeto direto, no português brasileiro, sobretudo na linguagem coloquial. Pois, às vezes, o usuário da língua faz as escolhas que considera mais eficientes para obter comunicação, mesmo que isso contradiga a gramática normativa.

Porém, em nenhum edital referente a provas, avaliações, vestibulares, etc., no Brasil, abre-se permissão para o português informal, coloquial e popular, portanto, usar o pronome lhe como acusativo (objeto direto) é considerado erro. Excetuando-se o contexto literário onde o linguajar informal preferencialmente é representado.

Finalmente, considerando o exposto, que 'lhe' pode ser objeto indireto, complemento nominal e adjunto adnominal, conclui-se que lhe, na oração "Proferiu-lhe xingamentos", 'lhe' assume o papel de complemento nominal de 'xingamentos'.

Proferiu-lhe xingamentos".

Vtd        cn         od

"Amanda disse que o aluno proferiu xingamentos a ela"

                                            Vtd                od           cn

Grato.

Prof. Geraldo Inácio.

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Professora Rose P.
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Respondeu há 6 anos
Contatar Rose

ATENÇÃO

O verbo 'proferir' ´transitivo direto!!!!!

 No caso temos o 'lhe' como complemento nominal e nunca como objeto indireto. Pode, sim, usar esse 'lhe' mas como complemento NOMINAL de insulto.

Outro exemplo SEMELHANTE: 'Norval proferiu palavras de /amor /à Rosária/.

"À Rosaria' completa o substantivo abstrato 'amor' e não, ao verbo 'proferir'. Podemos - é claro" -  substituir à Rosária pelo 'lhe'.

Outro exemplo: O amor do Príncipe era-/lhe/ digno/. ( Digno a ele ou digno a ela; digno a Francisco ou à Pedrita)

Perceba que o 'lhe' completa o adjetivo 'digno' e nunca o verbo de ligação.

Para analisar o verbo como transitivo direto aqui um link de boa qualidade https://www.embrapa.br/manual-de-editoracao/gramatica-e-ortografia/normas-gramaticais/regencia-verbal

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Finalizando de modo mais simples: Quem profere proferal X. E nunca Quem profere profere x a y. JAMAIS!

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Confira a regência do verbo proferir no link AQUI AO LADO. Conselho: compre num ( ou em um)  sebo o livro https://www.estantevirtual.com.br/livros/celso-pedro-luft/dicionario-pratico-de-regencia-verbal/1476052747

Em sebo consegue-se o livro mais barato. Sempre digo a meus alunos para ter este livro na mesa, escrivaninha...

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