Regras do ditongo

Maria do Socorro,

O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (ABL - 2009) não alterou as regras da separação silábica. O ditongo (crescente ou decrescente) continua inseparável, assim como os tritongos.

Mas veja bem: segundo a lição de Fernando Pestana, in A Gramática para Concursos Públicos (5ª Edição, pág. 9), "os ditongos não são separados, mas os crescentes finais (-ea, -eo, -ia, -ie, -io, -oa, -ua, -ue, -uo) são vistos como possíveis hiatos de palavras proparoxítonas acidentais/aparentes/eventuais. Por exemplo: his-tó-ria (paroxítona/ditongo crescente) ou his-tó-ri-a (proparoxítona/hiato). Em concurso, é comuníssima a primeira análise, ou seja, áu-rea, plúm-beo, ca-lú-nia, sé-rie, co-lé-gio, má-goa, á-gua, tê-nue, trí-duo. Olho vivo!" Essa dupla possibilidade sempre existiu. O novo Acordo Ortográfico apenas a ratificou, conforme se verifica na Base XX - Da divisão silábica, item 4º, pág. XXXII (queira ver clicando aqui).

As alterações que houve, na realidade, foram quanto à acentuação gráfica nos ditongos, a saber:

1) Os ditongos abertos formados pelos encontros vocálicos (vogal + semivogal) ei, oi e eu, seguidos ou não de s, passaram a ser acentuados apenas nos vocábulos monossílabos e oxítonos, nos casos em que a sílaba tônica da palavra recai sobre a vogal desse ditongo.

Exemplos:

fiéis, coronéis, papéis, herói, constrói, céu, mausoléu, chapéu.

Palavras como assembleia, ideia, joia, apoio (verbo), Pompeia, geleia, heroico, que antes eram acentuadas, deixaram de sê-lo, de receber acento depois da mencionada Reforma Ortográfica.

2) Não se deve mais acentuar o i e o u tônicos quando antecedidos de ditongo/tritongo, nem o u tônico em verbos como averigue (averigúe, antes do acordo) e oblique (obliqúe, antes do acordo).

Com outras palavras: caiu o acento agudo (´) no “i” e no “u” tônicos em palavra paroxítona quando o “i” e o “u” forem precedidos de ditongo/tritongo.

Exemplos:

Olá, Maria 

Os ditongos não são separados. 

Não separamos ditongos