Nicoli, especifique sempre o termo destacado. Penso ser "pensa", em concordância estritamente gramatical com "a maioria", que é o núcleo do sujeito.
Leia: a-maioria-das-pessoas-foi-ou-foram .
Espero tê-la ajudado. At.te, tutor Miguel Augusto Ribeiro.
A concordância verbal no excerto "A maioria das pessoas não pensa nas consequências que o simples ato de pegar ou aceitar um canudo plástico tem em suas vidas" está correta, e a opção B) é a explicação mais precisa para isso.
O verbo "pensa" concorda com o sujeito "maioria", que é singular. Embora "pessoas" esteja no plural, o termo "maioria" é o núcleo do sujeito e determina a concordância verbal. Essa concordância enfática com a ideia de pluralidade sugerida pelo sujeito reforça que mesmo que individualmente as pessoas possam pensar nas consequências dos canudos plásticos, a maioria não o faz.
No excerto "A maioria das pessoas não pensa nas consequências que o simples ato de pegar ou aceitar um canudo plástico tem em suas vidas”, o verbo sublinhado [pensa] está no singular porque o autor
(A) quis colocar-se como o único que pensa nas consequências da utilização de canudos plásticos.
(B) preferiu a concordância enfática com a ideia de pluralidade sugerida pelo sujeito.
(C) efetuou a concordância erroneamente, já que o núcleo do sujeito anteposto está no plural.
(D) optou por uma concordância ideológica, já que se refere a um número pequeno de pessoas.
(E) efetuou a concordância estritamente gramatical com o coletivo singular.
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Como se vê, a referida questão (utilizada em prova para a EsPCEx - Escola Preparatória de Cadetes do Exército) é sobre concordância verbal. É do conhecimento de todos que a regra geral da concordância verbal estabelece que o verbo concorda com o sujeito em número e pessoa.
No excerto em análise, o sujeito é a maioria das pessoas. No caso, sujeito simples, pois só tem um núcleo. E qual é o núcleo? A palavra maioria.
Por que pessoas não pode ser o núcleo? Porque pessoas é um termo que está preposicionado, e o núcleo do sujeito nunca pode ser preposicionado.
O sujeito (a maioria das pessoas) é um coletivo partitivo. De acordo com a regra dos partitivos (palavra ou expressão que indica a parte de um todo: a maioria de, grande parte de, etc.), o verbo pode concordar com o termo mais próximo (a chamada concordância atrativa), no caso com a palavra pessoas, ou com o núcleo do sujeito, no caso maioria.
Se o verbo estivesse concordando com pessoas (caso em que iria para o plural: pensam), a concordância também estaria correta. Só que não é o que ocorreu: o verbo foi empregado no singular. Se está no singular, é porque está concordando com a palavra maioria, que é o núcleo do sujeito, a chamada concordância rígida.
Vamos à análise de cada opção:
Na opção A, afirma-se que o autor utilizou o verbo (pensar) no singular porque quis colocar-se como o único que pensa nas consequências da utilização de canudo plástico. Não é verdade. Se a maioria das pessoas pensa, o autor não é o único. Está, portanto, incorreta a opção A. A maioria das pessoas não pensa, mas existe também uma porção de outras pessoas que pensa. Então o autor (repetimos) não é o único.
Na letra B, diz-se que o autor preferiu a concordância enfática com a ideia de pluralidade sugerida pelo sujeito. Se a intenção dele fosse enfatizar ou ressaltar a ideia de pluralidade, teria feito a concordância com pessoas, o que levaria o verbo para o plural, e não com maioria.
Na opção C, afirma-se que a concordância foi efetuada erroneamente, já que o núcleo do sujeito anteposto está no plural. Não é verdade. O núcleo (maioria) não está no plural, mas no singular. Não há erro, portanto, na concordância escolhida.
Na letra D, diz-se que se optou por uma concordância ideológica (a chamada silepse de número*, no caso), e não gramatical, uma vez que se refere a um número pequeno de pessoas. Afirmação falsa. A concordância aí é gramatical com a palavra maioria, e não ideológica.
Na opção E, assevera-se que o autor efetuou a concordância estritamente gramatical com o coletivo singular. Correto. A concordância foi realizada sim com o coletivo singular maioria, núcleo do sujeito. Como se sabe, coletivo é o nome que, embora no singular, indica pluralidade de seres.
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APÊNDICE
(*) – Silepse – Figura de linguagem pela qual a concordância das palavras na frase se faz logicamente, pelo significado, pela ideia que sugerem, e não de acordo com as regras gramaticais.
Tipos de silepse:
Silepse de gênero - Aquela em que a concordância não se faz com o gênero gramatical da palavra, mas com o sexo do referente. Exemplos: Vossa Majestade foi magnânimo. São Paulo é poluída. A gostosa Salvador.
Silepse de número - Aquela em que a concordância não se faz com o número gramatical do substantivo, mas sim com a ideia de pluralidade contida na palavra: Exemplos: Pediu à garotada que não fizessem barulho. Muita gente aqui, pelo que dizem, não sabem se portar em público.
Silepse de gênero e número - Aquela em que a concordância não se faz com o gênero e o número gramaticais do substantivo, mas sim com o sexo do referente e a noção de pluralidade contida na palavra: Exemplo: Que será de nós, com a bandidagem podendo andar soltos por aí?
Silepse de pessoa - Silepse em que a concordância não se faz com a pessoa que está explícita no discurso, mas com a que se subentende. Exemplos: Todos os brasileiros sofremos com a crise. Os cearenses somos acolhedores.
Oi Nicoli! Se usamos expressões partitivas como - a maioria de; grande parte de; metade de - seguidas de substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ser conjugado no singular ou no plural, dependendo do que queremos enfatizar.
Se o verbo fica no singular, concordando com a ideia de conjunto representada pela expressão a maioria de, temos a chamada concordãncia gramatical. Se o verbo está no plural, referindo-se aos formadores do conjunto - pessoas - ocorre a concordância siléptica ou lógica. Logo, as duas formas estão corretas: a maioria das pessoas foi ( concordândia gramatical)1 ou a maioria das pessoas foram ( concordância siléptica ou lógica). Assim, em 1, a resposta correta é a E.