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Eva há 10 meses
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Sobre a preposição sem

Sem-teto, sem-terra, sem-emprego, sem nada. Agora vivemos a era dos “sem”. Nada mais apropriado. Afinal,
estamos num país que sempre foi regido pelo “sem”. O conceito de “sem” pode ser inclusive ampliado. É possível
incluir, por exemplo, novas categorias: os sem-namorado, os sem-namorada – que podem degenerar na categoria
ainda mais moribunda dos sem-mulher e dos sem-homem –, os sem-carinho, os sem-autoestima, os sem-jeito – esses,
coitados, fundadores da liga dos “sem”.
O mais curioso da designação atual da nomenclatura “sem” é que estão embutidas nesse “sem” uma indignação, uma
perplexidade e uma revolta diante deste mundo cruel que priva os “sem” do direito natural a se tornar um “com” . [...]
Outra vertente são os despossuídos em que a palavra “sem” ainda tem uma conotação pejorativa: os sem-ética, os
sem-educação, os sem-talento, os sem-assunto ou os sem-graça, por exemplo. Esses, ao contrário dos outros “sem” de
hoje em dia, cujo “sem” é ostentado com orgulho político, têm vergonha de ser “sem” ou muitas vezes nem assumem para
si próprios sua sem-vergonhice. [...]

 No texto, a preposição “sem” é usada para formar novas palavras. Qual a intenção do autor ao enumerar possíveis
novos termos formados pelo acréscimo da preposição “sem”? Explique.

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3 respostas
Professor Miguel R.
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Respondeu há 10 meses
Contatar Miguel Augusto

Eva, o autor refere-se aos despossuídos, em que a preposição "sem" tem sentido pejorativo.

At.te, tutor Miguel Augusto Ribeiro.

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Professor José G.
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Respondeu há 10 meses
Contatar José Macílio

Eva,

O autor, ao enumerar possíveis novos termos formados pelo acréscimo do prefixo “sem” (*), tem a intenção de refletir sobre as identidades e condições humanas na sociedade contemporânea. Vamos analisar os pontos relevantes:

  1. Ampliação do Conceito de “Sem”:
    • O autor começa mencionando termos conhecidos como sem-teto, sem-terra e sem-emprego.
    • Em seguida, propõe a ampliação desse conceito, criando novas categorias, como sem-namorado, sem-namorada, sem-carinho, sem-autoestima e sem-jeito.
    • Essa enumeração sugere que a condição de “sem” não se limita apenas às necessidades básicas, mas abrange aspectos emocionais e relacionais.
  2. Complexidade das Identidades:
    • Ao explorar essas novas categorias, o autor destaca a complexidade das identidades humanas.
    • Ele questiona como nos definimos e como a sociedade nos rotula com base em nossas ausências ou privações.
  3. Indignação e Revolta:
    • O uso do “sem” carrega uma indignação e perplexidade diante de um mundo que priva os indivíduos desse direito natural de se tornarem “com”.
    • Essa indignação é expressa no contexto de uma sociedade que valoriza a inclusão e a igualdade.
  4. Contraste com os “sem” de hoje em dia:
    • O autor também aponta para uma diferença entre os “sem” atuais e os despossuídos.
    • Enquanto os “sem” de hoje em dia ostentam orgulhosamente sua condição, os despossuídos ainda sentem vergonha de ser “sem”.

 

Em resumo, o autor utiliza a oposição entre “sem” e “com” para explorar as nuances das identidades humanas, revelando tanto a luta por inclusão quanto a estigmatização associada a certas ausências. 

-------------------

Dicionário Aurélio

(*) sem- [De sem (prep., do lat. sine).]

Prefixo.
Ocorre na língua a partir do séc. XIX em diante, em geral com as noções de ‘privação’, ‘exclusão’, ‘ausência’, ou ‘inexistência’: sem-cerimôniasem-larsem-salsem-terrasem-tetosem-vergonha. [Sempre com hífen.]

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Professor Felipe M.
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Respondeu há 9 meses
Contatar Felipe
Sem-teto, sem-terra, sem-emprego, sem nada. Agora vivemos a era dos “sem”. Nada mais apropriado. Afinal, estamos num país que sempre foi regido pelo “sem”. O conceito de “sem” pode ser inclusive ampliado. É possível incluir, por exemplo, novas categorias: os sem-namorado, os sem-namorada – que podem degenerar na categoria ainda mais moribunda dos sem-mulher e dos sem-homem –, os sem-carinho, os sem-autoestima, os sem-jeito – esses, coitados, fundadores da liga dos “sem”. O mais curioso da designação atual da nomenclatura “sem” é que estão embutidas nesse “sem” uma indignação, uma perplexidade e uma revolta diante deste mundo cruel que priva os “sem” do direito natural a se tornar um “com” . [...] Outra vertente são os despossuídos em que a palavra “sem” ainda tem uma conotação pejorativa: os sem-ética, os sem-educação, os sem-talento, os sem-assunto ou os sem-graça, por exemplo. Esses, ao contrário dos outros “sem” de hoje em dia, cujo “sem” é ostentado com orgulho político, têm vergonha de ser “sem” ou muitas vezes nem assumem para si próprios sua sem-vergonhice. [...] No texto, a preposição “sem” é usada para formar novas palavras. Qual a intenção do autor ao enumerar possíveis novos termos formados pelo acréscimo da preposição “sem”?

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