Olá Gomez, bom dia! Como vai?
A nomenclatura "orto", "meta" e "para", respectivamente simbolizada por "o", "m" e "p", somente é utilizada para se referir a anéis aromáticos com 6 átomos de Csp2 em ressonância com 2 grupos ligados a esse anel, podendo ser esses grupos ramificações (ou radicais) ou mesmo grupos funcionais.
Assim, tendo o benzeno como a cadeia carbônica principal, se esses dois grupos forem vizinhos (posições 1 e 2) utiliza-se a nomenclatura "orto", ou simplesmente "o". Caso estejam nas posições 1 e 3, "meta", ou "m", e, se estiverem diametralmente opostos (posições 1 e 4), utiliza-se a nomenclatura "para", ou "p", lembrando que se trata de uma nomenclatura comercial ou tradicional. A nomenclatura oficial, exigida pela IUPAC, determina o uso de números, quando necessário, para diferenciar as estruturas.
Desse modo, o-diclorobenzeno é oficialmente denominado de 1,2-dicloro-benzeno, enquanto p-diclorobenzeno é oficialmente denominado de 1,4-dicloro-benzeno.
As fórmulas estruturais são, respectivamente,
e
Por sua vez, a temperatura de ebulição (ou ponto de ebulição) corresponde à temperatura na qual o líquido vaporiza pela ação do calor e da pressão. Nesse sentido, importante entender que as moléculas de um líquido interagem umas com as outras, de modo há uma força de atração entre as moléculas que as mantêm "unidas" de modo a confirgurar o estado líquido. No estado gasoso, pouca ou mesmo nenhuma interação há entre essas moléculas. Assim, quanto maior a atração entre essas moléculas, mais energia será necessária para separá-las, ou seja, maior a temperatura de ebulição. Assim, considerando a estrutura das moléculas, deve-se analisar dois critérios fundamentais:
Desse modo, no caso de 1,2-dicloro-benzeno e 1,4-dicloro-benzeno, as interações são do mesmo tipo (dipolo-dipolo), ou seja, o caráter que melhor definirá o quão próximas estarão essas moléculas umas das outras serão o "nível de compactação".
Nesse sentido, 1,2-dicloro-benzeno (o-diclorobenzeno) apresentará maior temperatura de ebulição do que 1,4-dicloro-benzeno porque a disposição dos átomos de cloro, vizinhos entre si, cria um momento dipolar maior nessas moléculas do que naquelas em que o átomos estão diametralmente opostos na cadeia aromática. De fato, no 1,4-dicloro-benzeno os momentos de dipolo são anulados, em razão da igual diferença de eletronegatividade nas duas extremidades. Assim, as moléculas de o-diclorobenzeno possuem momento de dipolo positivo, evidenciando diferentes densidades eletrônicas, enquanto naquelas de p-diclorobenzeno, esse momento de dipolo é nulo, ou potencialmente nulo.
Sendo assim, as moléculas de o-diclorobenzeno exigirão uma maior quantidade de energia para serem separadas umas das outras, o que implica numa maior tempertura de ebulição.
Espero ter contribuído com seus estudos!
Abraços,
André