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Fabiana há 9 anos
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Como Karl Marx, Emile Durkheim e Max Weber tratam a divisão do trabalho em suas respectivas teorias?

Se puderem me ajudar, dando alguns exemplos do pensamento de cada um, ou uma comparação, ou somente uma explicação básica já me ajudará muito
Sociologia Geral
3 respostas
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Respondeu há 8 meses

Claro! A divisão do trabalho é um tema central nas teorias de Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber, embora cada um tenha abordagens e interpretações diferentes. Vamos analisar como cada um desses pensadores trata da divisão do trabalho em suas obras.

Karl Marx

Para Karl Marx, a divisão do trabalho está profundamente relacionada à estrutura econômica da sociedade e à relação entre classes sociais. Ele argumenta que a divisão do trabalho, especialmente no contexto do capitalismo, leva à alienação do trabalhador. Ao dividir as tarefas de produção, o trabalhador se torna uma peça da máquina e perde a conexão com o produto final de seu trabalho e, consequentemente, com sua própria essência e criatividade.

Exemplo: No sistema capitalista, um operário que apenas realiza um pequeno segmento do processo de produção (como montar uma parte de um produto) não vê o significado total do que está criando, resultando em alienação. Marx também critica como a divisão do trabalho favorece a exploração, onde o capitalista se apropria do trabalho do operário.

Émile Durkheim

Durkheim, por outro lado, enxerga a divisão do trabalho como uma característica essencial da sociedade moderna. Em sua obra "A Divisão do Trabalho Social", ele argumenta que a especialização das tarefas é necessária para a coesão social, especialmente em sociedades complexas. Durkheim distingue entre “solidariedade mecânica”, típica de sociedades tradicionais onde a divisão do trabalho é simples e todos compartilham valores comuns, e “solidariedade orgânica”, característica de sociedades modernas, onde a interdependência entre as diferentes especializações gera uma nova forma de coesão social.

Exemplo: Em uma sociedade industrial, as pessoas desempenham papéis bem definidos (como médicos, professores e engenheiros), e essa dependência mútua é o que mantém a ordem social. A divisão do trabalho, nesse sentido, contribui para a estabilidade social.

Max Weber

Max Weber aborda a divisão do trabalho em termos de racionalidade e burocracia. Ele vê a divisão do trabalho como uma característica do desenvolvimento da modernidade, onde a organização do trabalho se torna mais formal e baseada em regras. Para Weber, essa racionalização é essencial para o funcionamento da administração moderna, onde a eficiência e a previsibilidade se tornam fundamentais.

Exemplo: Weber analisa a burocracia como um sistema em que a divisão do trabalho é rigorosamente estruturada; cada funcionário tem um conjunto específico de responsabilidades, o que facilita a eficiência administrativa. Essa visão é vista como um passo essencial para a modernização e a eficiência nas organizações sociais e econômicas.

Comparação

  • Marx vê a divisão do trabalho como um mecanismo que gera alienação e exploração no contexto do capitalismo.
  • Durkheim considera a divisão do trabalho como fundamental para a coesão social em sociedades modernas, promovendo interdependência entre os indivíduos.
  • Weber analisa a divisão do trabalho em relação à racionalização e organização, visando eficiência e controle nas instituições sociais.

Essas diferentes abordagens sobre a divisão do trabalho ilustram como os contextos econômicos, sociais e administrativos moldam a compreensão das relações de trabalho e suas implicações na sociedade.

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Professora Larissa A.
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Respondeu há 9 anos
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Fabiana, segue uma comparação entre as perspectivas de cada um sobre o trabalho.
É importante lembrar que, embora Durkheim fosse de origem francesa e Marx e Weber de origem alemã, esses três autores clássicos da Sociologia foram influenciados pela Revolução Industrial e pela Revolução Francesa, marcos de um novo modo de vida no ocidente.

O trabalho, na concepção de Durkheim, é um fato social presente em todos os tipos de sociedade. Há sociedades com menor ou maior divisão do trabalho, mas em todas elas são encontradas funções diferenciadas entre os indivíduos, o que os divide em grupos funcionais distintos com condutas sociais também distintas. Para ele, quanto mais especializado é o trabalho, mais laços de dependência se formam. Assim, quanto mais desenvolvida for a divisão do trabalho, maior será a teia de relações de dependência entre os indivíduos (um padeiro depende de um agricultor, que depende de um ferreiro, e assim por diante). Isso levará, por consequência, a uma maior coesão social. Nas sociedades capitalistas, o trabalho é pensado como uma atividade funcional que deve ser exercida por um grupo específico: os trabalhadores. Durkheim entende a divisão social entre trabalhadores e empregadores como uma divisão funcional. Divisão entre aqueles que devem cumprir uma atividade de organização da produção e mando (os empregadores) e os que devem desenvolver uma atividade produtiva (os trabalhadores). Essa divisão, como extensão da divisão do trabalho, promove a coesão social e, por isso, deve ser preservada socialmente. No entanto, nessa divisão há problemas que Durkheim vê como doenças sociais que devem ser corrigidas para que o todo social se desenvolva adequadamente. Se há excessos por parte de capitalistas ou de trabalhadores, deve-se regulamentar suas atividades a fim de alcançar o equilíbrio e garantir a integração social das partes envolvidas.

Max Weber parte de uma perspectiva diferente, sendo importante perceber que a divisão social do trabalho não é o seu foco, porque, segundo ele, não há algo geral e comum a todas as sociedades. Cada sociedade obedece a situações históricas exclusivas e o trabalho teria se tornado uma atividade fundamental no capitalismo por condições específicas. Em seu livro "A ética protestante e o espírito do capitalismo" (1905), Weber observa que ocorreu um encontro que deu ao capitalismo sua particularidade: o encontro entre o “espírito” capitalista, de obter sempre mais lucros, e uma ética religiosa cujo fundamento é uma vida regrada, de autocontrole, que tem na poupança uma característica central. Nesse encontro entre a mente capitalista e a ética protestante, o trabalho ocupa lugar central. Para o praticante do protestantismo, o sucesso nos negócios é uma comprovação de ter sido escolhido por Deus. O trabalho árduo e disciplinado e uma vida regrada e sem excessos podem lhe trazer o êxito profissional, sinal de sua fé e salvação espiritual. Weber entende então que o encontro entre uma ética religiosa e um espírito empreendedor possibilitou a formação histórica do capitalismo. Entretanto, a procura da riqueza, segundo ele, não mais estaria sendo guiada por padrões éticos, mas associada tão somente a “paixões puramente mundanas”. Ao longo da História, o encontro formador da sociedade capitalista perdeu seu sentido original e o lucro capitalista passou a dirigir as sociedades contemporâneas.

Para Karl Marx, a perspectiva sobre o trabalho é histórica, como em Weber. Entretanto, Marx destaca a diferença entre o trabalho em geral e o trabalho particularizado em suas formas históricas. É nas formas históricas de trabalho que Marx concentra sua análise e, particularmente, no trabalho assalariado. Para Marx, o trabalho assalariado é uma manifestação histórica de como o capitalismo se organizou na sociedade. Com base na exploração do trabalho assalariado, a sociedade capitalista produz e reproduz sua existência. Ou seja, o trabalho assalariado é uma atividade central para a perpetuação das relações sociais entre capitalistas e trabalhadores e, por consequência, da exploração e dominação do trabalhador pelo capitalista. Para Marx, a divisão em classes sociais constituiu-se com base na retirada, pela burguesia nascente no século XVIII, dos meios de produção (terras, ferramentas, animais, etc.) dos pequenos produtores livres. Com isso, formaram-se a burguesia (ou classe capitalista) e o proletariado (ou classe trabalhadora), classes fundamentais do capitalismo. A reprodução dessa divisão social se dá com base na exploração do trabalho assalariado que o trabalhador vende para o capitalista em troca de um salário.

 

Espero ter ajudado!

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Respondeu há 7 anos
Contatar Tiago
Para weber o trabalhador deve ser manipulado de acordo com as regras que a burguesia(capitalistas)impõem. Para marx ele defende a ideia que a classe trabalhadora que via se manifestar e com o propósito de de derrubar os capitalistas e a prática abusiva E para Émile a sociedade prevalece sobre os indivíduos e defende que o melhor método para se explicar a função do "fato social",seria através da observação de maneira semelhante adotado pelos cientistas naturais.

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