Como é o conceito de democracia para Schumpeter? Qual é a relação entre desenvolvimento econômico e consolidação democrática pensando em Schumpetere Dahl?
Desde já agradeço.
Democracia e igualdade intrínseca em Robert Dahl:
Dahl considera a igualdade intrínseca como o julgamento moral onde acabamos por tendenciar dizer algo sobre o que acreditamos, e como acreditamos que deveria ser, onde consequentemente acabamos tratando aquilo como se fosse uma realidade concreta e as pessoas possuíssem mesmo o igual direito à vida, liberdade, moradia e outros bens fundamentais para a sua sobrevivência. Adotar o conceito de igualdade intrínseca pode ser positivo na maneira que abrange uma ideia fundamental sobre os méritos humanos, buscando as raizes de qualquer afirmação já feita, ocorrendo tanto no julgamento moral como no concreto. Ademais, as bases éticas e religiosas, prudência, fragilidade de outro principio alternativo e aceitabilidade são outros motivos do porquê devemos adotar a igualdade intrínseca, segundo o pensamento de Robert Dahl.
O economista austríaco Joseph Schumpeter tinha uma visão peculiar sobre o conceito de democracia. Para ele, a democracia não era um sistema político em que a maioria decidia, mas sim um processo competitivo de elites políticas que buscam conquistar o poder. Segundo Schumpeter, o processo eleitoral é apenas uma forma de escolher as elites políticas que vão governar, mas a decisão final não depende do povo, e sim das elites.
Já Dahl, outro importante teórico da democracia, acreditava que a democracia se caracteriza por ser um sistema político em que a maioria decide. Para ele, a democracia é um sistema em que os cidadãos têm o direito de participar nas decisões políticas, seja diretamente ou através de representantes eleitos.
No que diz respeito à relação entre desenvolvimento econômico e consolidação democrática, tanto Schumpeter quanto Dahl concordavam que o desenvolvimento econômico é importante para a consolidação da democracia. No entanto, suas visões divergem em relação ao papel do desenvolvimento econômico nesse processo.
Para Schumpeter, o desenvolvimento econômico é um dos principais fatores que favorecem a consolidação da democracia, já que o aumento da riqueza e do nível de educação da população faz com que as elites políticas sejam mais responsáveis ??e mais preocupadas com o bem-estar geral.
Já Dahl acreditava que a consolidação da democracia dependia mais da distribuição de poder e recursos na sociedade do que do desenvolvimento econômico em si. Para ele, a democracia só se consolida quando há uma distribuição mais equitativa do poder político e dos recursos médicos entre os diferentes grupos sociais.
Em resumo, embora ambas as teorias concordem que o desenvolvimento econômico é importante para a consolidação da democracia, suas visões sobre o papel desse desenvolvimento nesse processo são distintas. Para Schumpeter, o desenvolvimento econômico é um fator que favorece a responsabilidade e a preocupação das elites políticas com o bem-estar geral, enquanto Dahl acredita que a distribuição equitativa do poder e dos recursos é mais importante para a consolidação da democracia.
Joseph Schumpeter, um renomado economista e cientista político austríaco do século XX, tinha uma visão peculiar sobre o conceito de democracia. Para Schumpeter, a democracia não era um sistema político no qual os cidadãos participam ativamente das decisões políticas por meio do voto direto. Em vez disso, ele argumentava que a democracia moderna é uma competição política entre elites, na qual os cidadãos exercem apenas um papel limitado na seleção das elites governantes.
Schumpeter via a democracia como um "método competitivo" de seleção de líderes políticos. Ele argumentava que as eleições são apenas uma parte desse processo competitivo e que a participação dos cidadãos se resume principalmente ao ato de escolher entre elites políticas estabelecidas. Segundo Schumpeter, a competição entre as elites é baseada em suas habilidades para mobilizar recursos e persuadir os eleitores, e a vitória eleitoral legitima o governo da elite vencedora.
Quanto à relação entre desenvolvimento econômico e consolidação democrática, tanto Schumpeter quanto Robert Dahl, um influente cientista político norte-americano, argumentam que há uma interação complexa entre os dois processos. Schumpeter enfatiza que a democracia pode ser benéfica para o desenvolvimento econômico, pois o processo competitivo de seleção de líderes políticos incentiva a inovação e a busca por políticas que promovam o crescimento econômico. Ele acreditava que a democracia competitiva poderia estimular a criatividade e o empreendedorismo, que são fundamentais para o progresso econômico.
Dahl, por sua vez, argumenta que o desenvolvimento econômico desempenha um papel importante na consolidação democrática. Ele sugere que sociedades economicamente desenvolvidas tendem a ter uma base mais sólida para a democracia, uma vez que um maior nível de educação, urbanização e diversidade econômica pode contribuir para uma sociedade civil mais ativa e engajada. Além disso, o desenvolvimento econômico pode criar uma classe média próspera, que tem interesse na manutenção do sistema democrático e pode servir como contrapeso ao poder das elites políticas.
Portanto, tanto Schumpeter quanto Dahl reconhecem a importância da interação entre desenvolvimento econômico e democracia, embora enfatizem diferentes aspectos dessa relação. Enquanto Schumpeter destaca como a competição política pode impulsionar o crescimento econômico, Dahl ressalta como o desenvolvimento econômico pode fortalecer os alicerces da democracia
Joseph Schumpeter, em sua obra clássica "Capitalismo, Socialismo e Democracia" (1942), oferece uma concepção competitiva de democracia, diferente de outros teóricos que a associam diretamente ao ideal de soberania popular. Para Schumpeter, a democracia não se caracteriza pela expressão direta da vontade popular, mas sim pela competição entre elites políticas. Ele propôs que a democracia funciona como um sistema em que os cidadãos escolhem seus representantes em eleições periódicas, mas não diretamente as decisões políticas, que são tomadas pelos políticos eleitos.
Na visão de Schumpeter, a democracia é essencialmente um processo de competição entre partidos políticos, em que os indivíduos escolhem entre os candidatos que competem por poder. A ideia de "vontade geral" de Rousseau, ou a concepção de democracia como expressão direta da vontade popular, é rejeitada por Schumpeter. Ele considera que os cidadãos não têm capacidade nem interesse para se envolver diretamente nas decisões políticas diárias, e, portanto, o papel deles é delegar essa responsabilidade para os representantes, que competem entre si por poder em um sistema eleitoral.
Em resumo, para Schumpeter:
Schumpeter é mais cético quanto à relação entre desenvolvimento econômico e democracia. Embora ele reconheça a importância do capitalismo como um fator para o funcionamento das democracias, ele não defende que o desenvolvimento econômico seja uma condição necessária para a consolidação da democracia. Schumpeter estava ciente de que a democracia liberal é, na prática, uma forma de competição entre elites, e ele acreditava que as elites econômicas poderiam, eventualmente, entrar em conflito com as elites políticas.
O argumento central de Schumpeter era que, mesmo com o desenvolvimento econômico, o capitalismo não assegura necessariamente uma consolidação da democracia. Ele via os interesses econômicos das elites como um fator que poderia, na prática, ameaçar a democracia, especialmente quando essas elites se sentem ameaçadas por demandas democráticas.
Robert Dahl, um dos principais teóricos da democracia, tem uma visão diferente, com maior ênfase na condição de uma sociedade livre para sustentar a democracia. Em seu livro "Polyarchy: Participation and Opposition" (1971), Dahl defende que o desenvolvimento econômico pode contribuir para a consolidação democrática, pois, à medida que os países se tornam mais prósperos, tendem a ter instituições políticas mais estáveis, maior participação política e pluralismo.
Para Dahl, a prosperidade econômica facilita a expansão da participação cidadã, pois as pessoas se sentem mais capazes de participar ativamente da vida política e as condições materiais de vida são mais favoráveis à liberdade política. Além disso, em um ambiente de maior desenvolvimento econômico, as sociedades tendem a ter instituições políticas mais fortes e pluralistas, que são essenciais para a consolidação da democracia.
Enquanto Schumpeter via a democracia mais como um jogo de competição entre elites, Dahl acreditava que as condições materiais (como o desenvolvimento econômico) ajudavam a criar uma democracia inclusiva e pluralista.
Ambos concordam que a democracia exige uma estrutura institucional forte, mas divergem quanto à importância do desenvolvimento econômico como condição para a democracia.