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Erving goffman (estigma)

O que significa, para Goffman, o que o sujeito estigmatizado não está plenamente habilitado para a vida social?
Professor Zaqueu R.
Respondeu há 4 anos
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O sujeito estigmatizado possui duas identidades: a real e a virtual. ... Assim, uma dada característica [ou condição] pode ser um estigma quando não há conexão entre a identidade social virtual e a identidade social real. https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=http://revistas.unisinos.br/index.php/ciencias_sociais/article/viewFile/csu.2017.53.1.13/5976%23:~:text%3DO%2520sujeito%2520estigmatizado%2520possui%2520duas%2520identidades%253A%2520a%2520real%2520e%2520a%2520virtual.%26text%3DAssim%252C%2520uma%2520dada%2520caracter%25C3%25ADstica%2520%255Bou,real%2520(Goffman%252C%25201988).&ved=2ahUKEwjn94ye6K_tAhV0GbkGHRc5BT4QFjABegQIARAF&usg=AOvVaw1WKabuqlNR_LKcE9987F61

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Professora Ana M.
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Respondeu há 2 meses
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Para Erving Goffman, o sujeito estigmatizado não está plenamente habilitado para a vida social porque carrega uma característica, condição ou atributo que é socialmente desvalorizado, o que o coloca em uma posição de exclusão, constrangimento ou marginalização em relação aos padrões normativos. Essa ideia está centralmente desenvolvida na obra Estigma: Notas Sobre a Manipulação da Identidade Deteriorada, onde Goffman aborda o impacto das diferenças percebidas na interação social.

1. O Conceito de Estigma

Goffman define o estigma como um atributo que desacredita o indivíduo, tornando-o "diferente" dos outros de maneira negativa. Esse atributo pode ser:

  • Físico: Deficiências ou marcas corporais.
  • De caráter: Traços associados a falhas morais ou comportamentais (ex.: vícios, criminalidade).
  • Tribal: Identidade de grupo relacionada a raça, religião ou nacionalidade.

Embora o atributo estigmatizante possa variar de acordo com o contexto cultural e histórico, o efeito central é o mesmo: a pessoa estigmatizada é vista como "desviante" em relação ao que é esperado socialmente.


2. Desqualificação Social

Na perspectiva de Goffman, o sujeito estigmatizado não é plenamente habilitado para a vida social porque:

  • Sofre exclusão e discriminação: As normas sociais predominantes limitam sua aceitação nos grupos, impedindo sua participação plena nas interações cotidianas.
  • É tratado como "menos humano": Ele é desqualificado e rotulado, o que compromete sua capacidade de ser visto e tratado como um igual pelos outros.
  • Experimenta constrangimento em interações sociais: O estigma cria uma barreira psicológica e prática que dificulta o estabelecimento de relações espontâneas e naturais com outros.

3. Identidade Social e Gerenciamento do Estigma

Goffman explica que o estigma compromete a identidade social do indivíduo, que é a imagem ou expectativa que os outros têm dele em situações sociais. Para tentar lidar com isso, os estigmatizados frequentemente se engajam em estratégias de gerenciamento do estigma, como:

  • Passar: Esconder o atributo estigmatizante para evitar o preconceito.
  • Confrontar: Enfrentar diretamente o estigma, buscando desconstruí-lo.
  • Aceitar o papel de estigmatizado: Assumir a posição marginalizada, ajustando-se às expectativas negativas.

4. A Habilitação Parcial

A noção de que o sujeito estigmatizado não está "plenamente habilitado" para a vida social refere-se ao fato de que:

  • Ele não tem o mesmo acesso irrestrito às interações sociais e às oportunidades que os "normais" (como Goffman chama aqueles sem estigma visível) possuem.
  • Ele precisa navegar em um espaço de constante tensão e vigilância, tentando equilibrar sua condição estigmatizada com as normas sociais que o excluem ou desvalorizam.

5. Consequências

As implicações práticas desse desajuste incluem:

  • Dificuldade em participar de atividades comuns e esperadas em um dado contexto social.
  • Maior vulnerabilidade a preconceitos, discriminação e isolamento.
  • Impacto psicológico, como baixa autoestima, vergonha ou internalização do estigma.

Conclusão

Para Goffman, o estigma não é apenas uma característica individual, mas um fenômeno relacional: ele existe na interação entre o estigmatizado e os "normais". Assim, a desabilitação para a vida social é menos uma incapacidade intrínseca da pessoa e mais uma consequência de como a sociedade interpreta e reage ao seu atributo estigmatizante.

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