Para Erving Goffman, o sujeito estigmatizado não está plenamente habilitado para a vida social porque carrega uma característica, condição ou atributo que é socialmente desvalorizado, o que o coloca em uma posição de exclusão, constrangimento ou marginalização em relação aos padrões normativos. Essa ideia está centralmente desenvolvida na obra Estigma: Notas Sobre a Manipulação da Identidade Deteriorada, onde Goffman aborda o impacto das diferenças percebidas na interação social.
Goffman define o estigma como um atributo que desacredita o indivíduo, tornando-o "diferente" dos outros de maneira negativa. Esse atributo pode ser:
Embora o atributo estigmatizante possa variar de acordo com o contexto cultural e histórico, o efeito central é o mesmo: a pessoa estigmatizada é vista como "desviante" em relação ao que é esperado socialmente.
Na perspectiva de Goffman, o sujeito estigmatizado não é plenamente habilitado para a vida social porque:
Goffman explica que o estigma compromete a identidade social do indivíduo, que é a imagem ou expectativa que os outros têm dele em situações sociais. Para tentar lidar com isso, os estigmatizados frequentemente se engajam em estratégias de gerenciamento do estigma, como:
A noção de que o sujeito estigmatizado não está "plenamente habilitado" para a vida social refere-se ao fato de que:
As implicações práticas desse desajuste incluem:
Para Goffman, o estigma não é apenas uma característica individual, mas um fenômeno relacional: ele existe na interação entre o estigmatizado e os "normais". Assim, a desabilitação para a vida social é menos uma incapacidade intrínseca da pessoa e mais uma consequência de como a sociedade interpreta e reage ao seu atributo estigmatizante.