A sociologia surgiu no sec XIX (19), o renascentismo e o iluminismo contribuíram para a consolidação da sociologia, no entanto ocorreu oficialmente quando Émile Durkheim (sociólogo francês) formulou o primeiro método exclusivo que o mesmo introduziu na universidade como uma disciplina autônoma.
Não sou da área, mas sou historiador. A Sociologia com certeza deve seu sucesso a como as pessoas do século XIX, tempo em que nasceu e se propagou pelo mundo, viam a ciência: como a ferramenta que levaria o progresso à humanidade. Essa ideia de ciência levou a popularização da pesquisa científica de áreas novas, como a Sociologia, e de área muito antigas, como a História e a Química. Se precisar de um professor de História para passar no ENEM, passar de ano ou a até mesmo aprender História por prazer e curiosidade, é só falar comigo. Abraços.
O surgimento histórico da sociologia está intimamente ligado à Revolução Industrial e ao surgimeento do capitalismo. Com o surgimento da grande indústria, das metrópoles e de novas estruturas políticas (como a Revolução Francesa e toda a sua influência), relações sociais milenares tinham mudado radicalmente - uma parte grande da população era urbana e não mais rural, as classes sociais não eram mais definidas exclusivamente pelo seu status de nascimento, a acumulação de capital, algo nunca antes visto, passou a ser a principal forma de riqueza etc. Tais mudanças também trouxeram cproblemas sociais muito profundos - como o aumento da miséria, do desemprego e da violência. Para entender todas essas mudanças e suas origens e influenciados pelo aumento da influência das ciências com a Revolução Científica dos séculos XVII e XVIII e a Revolução Industrial, muitos pensadores passaram a buscar uma análise científica das relações sociais, o que deu origem à sociologia.
Olá,
A consolidação da sociologia como disciplina acadêmica foi um processo gradual, impulsionado por diversos eventos históricos, intelectuais e sociais, que moldaram seu desenvolvimento enquanto campo de estudo. Esses eventos ocorreram principalmente no contexto das grandes transformações sociais que marcaram a transição das sociedades pré-moderns para as modernas. A seguir, alguns dos principais marcos que consolidaram a sociologia:
A Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, foi um dos maiores catalisadores da sociologia. A rápida urbanização, as mudanças nas relações de trabalho, a emergência do capitalismo e as condições precárias de vida nas cidades industriais geraram uma série de questões sociais. Filósofos e pensadores como Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber começaram a refletir sobre essas transformações, dando origem a conceitos fundamentais como classe social, divisão do trabalho, e a relação entre a economia e a cultura. Esses pensadores influenciaram profundamente a sociologia, que passou a buscar entender as novas estruturas sociais emergentes.
As revoluções que marcaram o final do século XVIII, como a Revolução Francesa e a Revolução Americana, estabeleceram novos paradigmas de governança e cidadania. Esses eventos desafiavam as antigas estruturas feudais e monárquicas, promovendo ideais de igualdade, liberdade e fraternidade. Para os sociólogos, esses processos revolucionários criaram condições para o surgimento de novas formas de organização social e política. A reflexão sobre os direitos humanos, a democracia e o papel do Estado nas sociedades modernas se tornaram temas centrais na sociologia.
O movimento positivista, liderado por Auguste Comte, é considerado um marco na consolidação da sociologia. Comte propôs que a sociedade deveria ser estudada de maneira científica, com base em observações e dados empíricos, em contraste com explicações filosóficas ou religiosas. Ele formulou a ideia de uma "ciência da sociedade", a qual chamou de sociologia, visando entender e ordenar a sociedade de acordo com princípios científicos. A visão positivista influenciou a sociologia a adotar uma abordagem empírica, objetiva e racional para estudar as relações sociais.
Ao longo do século XIX, três pensadores centrais ajudaram a moldar as bases teóricas da sociologia: Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber.
Karl Marx: Focado nas relações de classe, na luta de classes e na análise das contradições do capitalismo, Marx formulou uma teoria sobre como a estrutura econômica de uma sociedade determina as relações sociais e políticas. Suas ideias sobre a alienação, a ideologia e a revolução social continuam a ser pilares no campo da sociologia crítica.
Émile Durkheim: Durkheim é um dos fundadores da sociologia moderna e estabeleceu a ideia de que a sociedade deve ser estudada como uma realidade independente dos indivíduos. Sua ênfase na solidariedade social, na divisão do trabalho e nas funções sociais das instituições contribuiu para o desenvolvimento da sociologia funcionalista.
Max Weber: Weber se concentrou em entender as motivações dos indivíduos e como as ações sociais podem ser interpretadas dentro de contextos culturais e históricos. Seu trabalho sobre a "ética protestante" e o surgimento do capitalismo, bem como sua teoria sobre a burocracia e a autoridade, tornou-se fundamental para a sociologia interpretativa e a análise das estruturas de poder.
A institucionalização da sociologia enquanto disciplina acadêmica foi crucial para sua consolidação. A criação de departamentos e cursos de sociologia em universidades, como na Universidade de Chicago (fundada em 1892), foi um passo importante. Além disso, o Instituto de Sociologia na Universidade de Leipzig, fundado por Max Weber, e outras iniciativas acadêmicas ao redor do mundo ajudaram a consolidar a sociologia como uma disciplina distinta, com seus próprios métodos e áreas de estudo.
O século XX foi marcado por grandes transformações políticas e sociais, como as duas Guerras Mundiais, a ascensão do movimento de direitos civis, o aumento da mobilidade social e a crescente globalização. Esses eventos continuaram a desafiar os modelos tradicionais de análise social e impulsionaram o desenvolvimento de novas abordagens, como o funcionalismo estrutural (por exemplo, com Talcott Parsons) e o interacionismo simbólico (com sociólogos como George Herbert Mead e Erving Goffman).
Além disso, o pós-Segunda Guerra Mundial viu o surgimento de novos campos, como a sociologia urbana, sociologia da educação e sociologia política, respondendo a questões emergentes no mundo moderno.
Os movimentos sociais das décadas de 1960 e 1970, como o movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos, o movimento feminista e os movimentos de direitos humanos, tiveram um impacto significativo na sociologia. Teorias críticas, como o marxismo, o feminismo e a teoria pós-colonial, desafiaram os pressupostos dominantes da sociologia clássica e trouxeram uma perspectiva mais crítica sobre as desigualdades sociais, culturais e políticas. Pensadores como Herbert Marcuse, Michel Foucault e Antonio Gramsci expandiram os horizontes da sociologia, incorporando novas abordagens para analisar a opressão e a resistência.
A sociologia se consolidou como uma disciplina científica ao longo do século XIX e XX, com a contribuição de diversos eventos históricos e intelectuais que moldaram suas abordagens e temas de estudo. Desde as revoluções que desafiaram as antigas formas de organização social, até o desenvolvimento de teorias e a institucionalização da sociologia nas universidades, cada etapa foi fundamental para a construção do campo sociológico moderno. O estudo da sociedade, das relações de poder, das estruturas econômicas e das mudanças sociais continua sendo central para a sociologia contemporânea, mantendo sua relevância na análise das complexidades do mundo atual.