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em 14 de Maio de 2020
No âmbito das organizações, estas eram dominadas, até não muito tempo atrás, pela burocracia, no que tange aos estudos organizacionais. Para Weber, o que distingue a burocracia são características tais como centralização, hierarquia, autoridade, disciplina, estabilidade, divisão do trabalho, entre outros.
Não se pode deixar de reconhecer a importância dos modelos burocráticos para as organizações, porém com o passar do tempo surgiram novos formatos de organização, caracterizados pela formação de cadeias, conglomerados e alianças estratégicas. Forma reduzidas as fronteiras da burocracia, tornando as organizações mais flexíveis, mais agéis e com menor número de níveis hierárquicos.
Em resultado disso, a maneira como as organizações estão relacionadas entre si tornou-se bastante atraente como objeto de estudo, sendo esta associação vista como potencialmente capaz de solucionar alguns problemas empresariais e sociais. Questões que apresentam oportunidades de melhoria são os controles de qualidade, a inovação, a cooperação, a busca de soluções criativas que agregam valor aos produtos e serviços oferecidos ao mercado.
Exemplos de conexões entre organizações incluem os conglomerados industriais, parques tecnológicos de empresas de alta tecnologia e também as universidades e centros de pesquisa, que podem por sua vez serem produtoras de conhecimento, repassando essas técnicas para o desenvolvimento de diversos segmentos produtivos.
Essas redes organizacionais podem variar em tamanho, quantidade de participantes e níveis de formalidade/informalidade; assim podem existir apenas como veículo de troca de informações e conhecimentos bem como se aglutinarem para a realização de atividades conjuntas, tais como projetos. Entre as vantagens desses arranjos podem ser apontadas a diminuição do risco inerente ao negócio, o compartilhamento de recursos, bem como o acesso ao conhecimento (know-how) e as informações acumuladas.
Outros motivos para que estas alianças sejam realizadas são a necessidade de vultosos recursos financeiros, busca de parceiros internacionais bem como a necessidade de apoio governamental para que projetos saiam do papel em uma economia cada vez mais conectada. Em adição, vale dizer que estas empresas, ao modificarem os seus relacionamentos passam a construir os seus próprios ambientes, seus próprios mercados e assim reinventam o seu nicho de atuação.
Para que sejam bem sucedidas nesse processo de abertura externa, as empresas também necessitam se reinventar internamente. Assim, ganham espaço as equipes interdisciplinares com capacidade de trabalho colaborativo e a gestão do conhecimento. Elementos como tomada de decisão por parte das equipes internas, controles de qualidade na entrega de produtos e serviços levam a que as hierarquias das organizações se modifiquem, se tornando mais distribuídas.
Papel importante na coesão dessa nova hierarquia organizacional também é desempenhado pelas tecnologias da informação e comunicação, que permitem uma comunicação muito rápida e simplificada entre os funcionários de uma organização, com reduções de tempo e espaço bastante significativas, que ressignificam a questão de como as pessoas se consultam internamente.
Se anteriormente a hierarquia poderia se vista como um privilégio, ou até mesmo um impeditivo ao fluxo de informações, atualmente estas podem ser vistas como um meio de coordenação das ações, do tempo e do espaço disponíveis com bastante interação entre os diversos atores envolvidos. Ao contrário da antiga divisão do trabalho, a colaboração entre equipes é intensificada, bem como as exigências de comunicação e atualização continuada da força de trabalho.
Desse amálgama, surgem então organizações bem diversas dos modelos burocráticos anteriores, com consequencias diretas no campo de estudos que busca compreender como essas empresas se conectam entre si. Enquanto que nos tempos das organizações burocráticas os estudos tinham um enfoque em suas características estruturais, hoje não é tarefa simples analisar uma “estrutura”, haja visto que as organizações modernas podem ter diversas ramificações, que apontam para múltiplas direções.