Despertando o seu interesse por Matemática
Por: Diego C.
12 de Março de 2015

Despertando o seu interesse por Matemática

Matemática EM Leitura Razão ESSA PO

O livro intutulado "O homem que calculava" de Malba Tahan está repleto de contos extraordinários sobre Matemática, que a cada capítulo se mostra ainda mais interessante. É o tipo de leitura que pode fazer você se interessar ainda mais por esta área de conhecimento tão valiosa e tão utilizada desde a antiguidade até os dias atuais.

 

Este livro está gratuitamente acessível no link: http://www.coordenacaopedagogica.com.br/file.php/1/PAS_2009/Livro_-_Malba_Tahan_-_O_homem_que_calculava_ilustrado_.pdf

 

Eis um pequeno trecho do livro:

 

- Este homem que acaba de chegar é um grande matemático. Graças ao seu valioso auxílio já conseguimos obter a solução perfeita de um problema que nos parecia impossível: dividir 35 camelos por três pessoas! Estou certo de que ele poderá explicar em poucos minutos a diferença encontrada na venda dos 60 melões. Era preciso que Beremiz fosse minuciosamente informado do caso. Um dos mercadores tomou a palavra e narrou o seguinte: - Os dois irmãos Harim e Hamed encarregaram-se de vender no mercado duas partidas de melões. Harim entregou-me 30 melões, que deviam ser vendidos à razão de 3 por 1 dinar; Hamed entregou-me, também, 30 melões para os quais estipulou preço mais caro, isto é, à razão de 2 por 1 dinar. Era claro que, efetuada a venda, Harim devia receber 10 e seu irmão 15 dinares. O total de venda seria, portanto de 25 dinares. Ao chegar, porém, à feira, uma dúvida surgiu-me no espírito. Se eu começar a venda pelos melões mais caros, pensei, perderei a freguesia; se iniciar o negócio pelos melões mais baratos, encontrarei, depois, dificuldade em vender os outros trinta. O melhor que tenho a fazer (a única solução para o caso) é vender as duas partidas ao mesmo tempo. Tendo chegado a essa conclusão reuni os 60 melões e comecei a vende-los aos grupos de 5 por 2 dinares. O negócio era justificado por um raciocínio muito simples: - Se eu devia vender 3 por 1 e depois 2 também por 1 dinar, seria mais simples vender logo 5 por 2 dinares. Vendidos os 60 melões em 12 lotes de cinco cada um, apurei 24 dinares. Como pagar aos dois irmãos, se o primeiro devia receber 10 e o segundo 15 dinares? Havia uma diferença de 1 dinar, não sei como explicar, pois, o negócio foi feito, como disse, com o máximo cuidado. Vender 3 por 1 dinar, e, depois, vender 2 por 1 dinar não é a mesma coisa que vender logo 5 por 2 dinares? - O caso não teria, afinal, importância alguma – interveio Hamed Namir – se não fosse a intervenção absurda do vequil1 que superintende a feira. Esse vequil, ouvido sobre o caso, não soube explicar a diferença da conta, e apostou 5 dinares como essa diferença era proveniente de falta de um melão que fora roubado por ocasião da venda. - O vequil não tem razão alguma – acudiu Beremiz – e deve ser obrigado a pagar a aposta. A diferença a que chegou o vendedor resultou do seguinte: A partida de Harim compunha-se de 10 lotes de 3 melões cada um. Cada lote devia ser vendido por 1 dinar. O total da venda seria de 10 dinares.

A partida de Hamed compunha-se de 15 lotes (com 2 melões cada um) que, vendido a 1 dinar cada lote, dariam o total de 15 dinares. Reparem que o número de lotes de uma partida não é igual ao número de lotes da outra. Para vender os melões em lotes de cinco cada, só os 10 primeiros lotes poderiam ser vendidos à razão de 5 por 2 dinares; vendidos esses 10 lotes, restam ainda 10 melões que pertencem exclusivamente à partida de Hamed, e, que sendo de preço mais elevado, deveriam ser vendidos à razão de 2 por 1 dinar. A diferença de um resultou, pois, da venda dos 10 últimos melões! Não houve roubo algum! Da desigualdade de preço entre as partilhas resultou o prejuízo de um dinar, que se verificou no resultado final. Nesse momento fomos obrigados a interromper a reunião. A voz do muezim, cujo eco vibrava no espaço, chamava os fiéis para a prece da tarde! - Hai al el-salah. Hai al el-salah!1 Cada um de nós procurou, sem perda de tempo, fazer segundo determina o Livro Santo, a guci2 do ritual. O Sol já se achava na linha do horizonte. Era chegada a hora do mogreb. Da terceira almenara da mesquita de Omar, o muezim cego, com voz pausada e rouca, chamava os crentes à oração: - Allah é grande e Maomé, o profeta, é o verdadeiro enviado de Deus! Vinde à prece, ó muçulmanos! Vinde à prece! Lembrai-vos de que tudo é pó, exceto Allah! Os mercadores, precedidos por Beremiz, estenderam os seus tapetes coloridos, retiraram as sandálias, voltaram-se em direção da Cidade Santa e exclamaram: Allah, Clemente e Misericordioso! Louvado seja o Onipotente Criador dos Mundos Visíveis e Invisíveis! Conduz-nos pelo caminho certo, pelo caminho daqueles que são amparados e abençoados por ti!

Cadastre-se ou faça o login para comentar nessa publicação.

Confira artigos similares

Confira mais artigos sobre educação

+ ver todos os artigos

Encontre um professor particular

Busque, encontre e converse gratuitamente com professores particulares de todo o Brasil