ROTA ALTERNATIVA PARA A PRODUÇÃO DO POLIPROPILENO VERDE

A preocupação com o meio ambiente vem se tornando cada vez mais evidente com o passar dos anos. Há uma maior necessidade de se encontrar alternativas viáveis que apresentem impacto menor ou nulo sobre o meio ambiente. A procura por novas fontes renováveis vem se intensificando e se mostram interessantes economicamente. 

Com o esgotamento gradativo das fontes fósseis, a busca por matérias primas renováveis (sustentáveis) vem se intensificando ao decorrer dos anos. Aliado a isso, um novo mercado emerge.

A busca de processos renováveis vem com o consumo de carbono (CO₂) e não mais emissão. Um exemplo dessa “pegada de carbono”, é a possibilidade de produção de polímeros a partir de fontes não-fósseis.

O processo de produção do biodiesel gera subprodutos, entre eles a glicerina. Com o baixo consumo de glicerina pelas indústrias (alimentícia, farmacêutica, cosmética, de tintas) e o aumento da produção de biodiesel, há um excedente desse subproduto no mercado, consequentemente há uma desvalorização no preço desse recurso, principalmente, devido ao fato de que esse subproduto apresenta impurezas provenientes do processo, sendo necessário investir em processos para purificação da glicerina.

A maior possibilidade de consumir esse excedente é a produção de propeno, que posteriormente será polimerizado, formando o polipropileno.

O polipropileno é um plástico, mais duro e resistente ao calor, quando comparado ao polietileno, amplamente utilizado em tubulações, embalagens para alimentos, filmes, brinquedos e etc.

O biodiesel pode ser obtido pela esterificação de ácidos graxos, mas a forma de obtenção mais utilizada é a transesterificação de triacilglicerídeos (presentes em óleos e gorduras animais e vegetais). Ambos os processos utilizam como agentes de alcoólise, monoálcoois de cadeia curta, como etanol e metanol. (NUNES, 2010)

Devido atratividade econômica e ambiental, etanol é mais utilizado apesar de apresentar taxas de reação mais lentas em relação ao metanol.

O mecanismo de reação ocorre em três etapas consecutivas e reversíveis, formando em cada etapa monoésteres graxos etílicos e tendo como intermediários a formação de diacilglicerídeos e monoacilglicerídeos e na última etapa, glicerina como subproduto.

Baseando-se na inundação de biodiesel no mercado, trazendo consigo glicerina excedente, como dito anteriormente, a empresa Quattor, atualmente Braskem, em parceria com o Laboratório de Reatividade de Hidrocarbonetos e Catálise Orgânica (LARHCO) da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no ano de 2006, conceberam a idéia que consistia na obtenção de um catalisador metálico (foram testados catalisadores bi metálicos de molibdênio e ferro e catalisador de molibdênio, ambos suportados em carvão ativo)para ser utilizado na conversão de glicerina em propeno.

Independente da sua forma de obtenção, o propeno é destinado principalmente à fabricação de polipropileno, pelo processo de polimerização (polimerização de adição). 

Dessa forma, a produção do polipropileno, plástico amplamente utilizado no nosso dia a dia, tem a sustentabilidade como pilar.